Tirar o pijama – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

11/05/2024 - 07:05

Nada de imaginação, fato. Uma amiga bate à porta de uma amiga, 11h45m, quase meio-dia. A dona da casa espia e abre a porta por metade, a visitante vai se espremendo para entrar. Por que a porta mal foi aberta? Porque a dona da casa estava daquele jeito, com as roupas de dormir, ainda não as tinha trocado, mas estava de pé desde cedo. Por que ela ainda estava de pijama, pantufas e cabelos daquele jeito? Porque estava de férias e não tinha por que trocar a roupa… Todos conhecemos casos parecidos, se estou de férias não vou lavar nem a cara ao levantar pela manhã, certo? Certo nada! Mesmo de férias, temos que preservar nossos cuidados com o corpo, com as roupas, com tudo. E essa história serve para ilustrar o comportamento de muitas pessoas diante de certos vazios na vida, férias, folgas, aposentadoria, período de demissão entre um emprego e outro, enfim… Acordar pela manhã e continuar de pijamas, chinelinhos de pelúcia, nem aí para a aparência e os cuidados habituais, ou presumidamente habituais, deprime, é porta aberta para a depressão. A pessoa pode dizer a ela mesma que está tudo bem, que ela está aproveitando o tempo, isso e mais aquilo, mas o subconsciente não vê a vida desse modo. Quando nos desmobilizamos de certas motivações, ou bons hábitos que se confundem com vaidade, o corpo “ouve” e reage… E como é a reação do corpo? Muito simples e incontestável. As células que nos sustentam o corpo reagem como soldados numa guerra. Diante da “ordem” de parar, descansar e desarmar, as células fazem isso, deixam de ser guerreiras e abrem, desmobilizadas, a porta para inúmeras enfermidades. Só os muitos desatentos ignoram que uma motivação, seja pelo que for, desde que coisa profícua, honesta, passa ao corpo uma energia especial. E essa energia produz saúde. “Aposentados” da vida, desidiosos, desmotivados, gente, enfim, sem um propósito por que lutar adoece e apita mais cedo. E há muita gente “boa” por aí que vive de pijamas diante da vida, pensam que vivem bem, nem aí para certos cuidados, vão pagar bem mais cedo por essa desmobilização. A Psicologia não brinca em serviço, ela é cruel com suas verdades. Vou já trocar este pijama… Já!

PAGAMENTOS

Já ouvi muita gente dizendo sobre outras pessoas: – “Aquele ordinário só faz coisas ruins e está sempre numa boa”! Baita equívoco. Os muitos carnavalescos costumam ser depressivos… Tudo o que fazemos de errado, de conscientemente errado, pagamos. De um modo ou de outro, pagamos. Nosso inconsciente tem um “tribunal togado” que não deixa passar nada em branco. Fez? Vais pagar. E muitos não se dão conta do bem em que vivem pelo bem que fizeram ou fazem.

CONSELHO

Moça pobre, trabalhadora, estudiosa, mas… Alinhada entre os “discriminados”. Ela está se preparando para um concurso concorridíssimo. Ao me contar do concurso, perguntei a ela: – “Tu fazes sexo”? Ela respondeu que sim. Perguntei: com camisinha? Ela disse que não, que o namorado não gosta. Dei-lhe um conselho olhos nos olhos: – “Só tu vais te encrencar sem o preservativo, e isso vai te danar nos “concursos” da vida”! Joguei de pai!

FALTA DIZER

Quantas pessoas, não tendo nada a ver com nada, saíram de casa e se jogaram num trabalho exaustivo, perigoso, sem descanso nem pagamentos, tudo para ajudar pessoas no Rio Grande do Sul? Anônimas, incansáveis e solidárias, Santo Deus, se não forem anjos disfarçados não sei o que serão. São anjos, sim. Nenhum “anjo” rico…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.