A saúde pública avança quando políticas preventivas são priorizadas. Nesse sentido, a decisão do Governo do Estado de Santa Catarina de tornar obrigatório o Teste do Reflexo Vermelho, popularmente conhecido como Teste do Olhinho, em todas as maternidades e hospitais públicos e privados a partir de 27 de fevereiro, merece enaltecimento.
A medida, que visa detectar precocemente o retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular que afeta principalmente recém-nascidos e crianças pequenas, representa um marco na proteção à saúde infantil e na redução de sequelas que poderiam comprometer a qualidade de vida desses pequenos cidadãos.
O Teste do Olhinho é simples, rápido e indolor. Realizado com um oftalmoscópio, o exame permite identificar alterações no reflexo vermelho que aparece nos olhos do bebê quando iluminados. Quando esse reflexo está ausente ou apresenta irregularidades, pode indicar a presença de doenças como catarata congênita, glaucoma ou, principalmente, o retinoblastoma.
A detecção precoce é crucial, pois permite intervenções médicas imediatas, aumentando significativamente as chances de cura e reduzindo a necessidade de tratamentos mais invasivos. O retinoblastoma, embora raro, é uma doença agressiva. Se não diagnosticado a tempo, pode levar à perda da visão e, em casos mais graves, à morte. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o diagnóstico tardio ainda é uma realidade no Brasil, o que torna a iniciativa de Santa Catarina ainda mais relevante.
Enfim, uma medida visionária que salva vidas e evita custos para o sistema de saúde, já que o tratamento precoce é menos oneroso do que o de doenças em estágios avançados. Uma ação que reforça a importância da prevenção como pilar fundamental da medicina, além de senso de equidade. Cuidar das crianças é cuidar do futuro de toda a sociedade.