Continua quente o ambiente no Partido Liberal em Santa Catarina. A fervura é absoluta. A quarta-feira foi marcada por mais um dia de troca de acusações, de farpas das mais variadas. Eduardo Bolsonaro, dos Estados Unidos, voltou a criticar Ana Campagnolo. Ela retrucou. Na tribuna do Senado, Jorge Seif também acionou a metralhadora giratória contra a deputada estadual recordista de votos. Resumidamente, o senador disse que muita gente que foi eleita na onda Bolsonaro hoje se insurge, caracterizando traição, e daí por diante. Já Esperidião Amin, sempre muito cauteloso e sereno, reafirmou sua recandidatura ao Senado e disse contar com a simpatia de Jair Bolsonaro. Mas, no PL, o modus operandi é esse mesmo. É algo frenético, onde o comportamento, além de descompensado, é descontrolado.
Simplicidade
A leitura mais simplista, diante desse quadro belicoso, dá conta de que o PL pode sair enfraquecido disso tudo. Bobagem. Na verdade, estão ocupando espaços generosos na mídia. Porque lá na frente, no apagar das luzes das convenções homologatórias, os liberais, inapelavelmente, vão estar unidos.
Espelho
Isso sempre ocorreu, por exemplo, com o MDB, tanto no plano nacional quanto no contexto estadual. A diferença em relação ao PL é que os liberais são mais fervorosos. O que deveriam estar discutindo em salas fechadas, mesmo que isso viesse a vazar, eles discutem publicamente. Mas estão na mídia, estão capitalizando e futuramente vão potencializar.
Timidez
Em meio a tudo isso, onde está a esquerda? Sumida. Apenas o presidente do PT, Fabiano Da Luz, aproveitou para criticar a vinda de Carluxo, tentando pegar uma beiradinha. Fora o PT e as esquerdas, existe apenas a pré-candidatura — que até hoje não ficou de pé — de João Rodrigues.
Perfil
O oestino deu uma mergulhada, de novo, depois da desastrosa declaração de que não desejava o MDB na sua coligação. Ele não tem ninguém, nem o PSD inteiro, e dispensou os emedebistas. Depois dessa pexoteada, aliás, sempre que passa do ponto, João Rodrigues desaparece.
Disputa
Então, no frigir dos ovos, o que transparece é que está todo mundo querendo vaga na chapa do PL. E quem a lidera, Jorginho Mello, candidato à reeleição, já sinalizou que a vice é do MDB. Como também já deixou claro que uma vaga ao Senado é da União Progressista.
Amplitude
Jorginho se elegeu sozinho, sem nenhuma coligação, em 2022. Dessa vez, no entanto, deseja tempo de televisão e estrutura partidária. O que o MDB oferece, além do próprio tempo de televisão. Neste aspecto, contudo, se for confirmada a federação União Progressista, os espaços televisivos serão mais generosos.
Potência
Então, o PL, com a máquina partidária de 90 prefeitos, se somar os do MDB, do PP e do União Brasil, chega a 200 mandatários municipais. Ou seja, mais de dois terços dos prefeitos catarinenses. O PL também está no governo, tem a máquina estadual, uma situação absolutamente confortável.
Blablablá
Dito isso, a conclusão lógica é que essa discussão toda poderia ser evitada. Sem dúvidas. Mas o nome do PL, de Jorginho Mello, está na mídia. Está com visibilidade.
Liberais
Eventualmente, poderá surgir mais uma ou duas candidaturas conservadoras: de João Rodrigues pelo PSD e de Adriano Silva pelo Novo. Isso na hipótese de Romeu Zema e Ratinho Júnior concorrerem à Presidência. Ok, mas a coligação forte estará sendo liderada pelo PL. Simples assim.