Como em todas as eleições, o brasileiro, no caso aqui o catarinense, acompanha a verdadeira guerra das pesquisas. Muitas são para acompanhamento interno. Costumam ser certeiras. O que gera controvérsia são aquelas com o objetivo de divulgação ao distinto público.
Por isso, a exigência da Justiça Eleitoral para que venham a ser registradas. Ocorre que a Justiça Eleitoral faz de conta que acompanha a metodologia das empresas. É um enorme, de um faz-de-conta.
A bagunça é generalizada. O verdadeiro samba do crioulo doido. Tem pesquisas para todos os gostos.
Contratadas por partidos políticos, por coligações. Enfim, servem aos candidatos interessados em influenciar a opinião pública na reta final da campanha. Olhando friamente, a realidade é que não temos uma regulamentação criteriosa desse assunto.
Se os veículos de comunicação fossem os agentes que viessem a contratá-las, tudo bem. Temos empresas que até merecem fé pública. Outras, no entanto, sem o menor pudor, acabam vendendo pesquisas encomendadas por candidatos.
Confusão
Isso tudo agita o pleito. E o eleitor acaba confuso, mais perdido que cego em tiroteio. Sem falar que as pesquisas influenciam, sim, aquele cidadão indeciso, que ainda não escolheu, que não gosta de jogar voto fora, que quer acompanhar o vitorioso.
Festança
Urge a regulamentação disso. Com critérios rígidos. Inclusive com restrição de divulgação de pesquisas a uma semana, dez dias antes do pleito. Do jeito que está, é uma verdadeira farra.
Dia e noite
Em Santa Catarina, se observa, em alguns municípios, pesquisas realizadas no mesmo período e que dão resultados diametralmente opostos. Porque os números saem de acordo com o interesse do freguês, daquele que contrata.
Parcialidade
A Justiça Eleitoral, que procura ser tão exigente para combater as chamadas fake news, supostas fake news, porque a mentira não deve ser cobrada apenas para um lado. No caso das pesquisas, essa mesma Justiça Eleitoral faz cara de paisagem. Justiça Eleitoral, aliás, de atuação vergonhosamente parcial, tendenciosa e capciosa em 2022 durante a disputa presidencial.
Tudo liberado
Essa mesma Justiça Eleitoral não se preocupa em colocar um freio nesse festival de pesquisas que só servem para confundir, tumultuar a cabeça do eleitor e, por vezes, radicalizar as eleições. Porque os resultados são os mais diversos. Evidentemente que, em boa parte das vezes, não correspondem à realidade.
Incógnita
Daí, pergunta-se: blindar o eleitor dessa influência irreal, mentirosa, falsa, não é importante?
Na verdade, também há a omissão do Congresso Nacional nisso tudo. Deputados e senadores deveriam legislar claramente a respeito das regras e limites das pesquisas.
O fato é que é urgente se colocar um freio de arrumação nessa bagunça.