A eleição na capital de São Paulo, ao natural, chama atenção, monopoliza, faz com que o Brasil todo acompanhe. Afinal, estamos falando da maior cidade, não apenas brasileira, mas da América Latina. A terceira do planeta. Logo, a expectativa é que tivéssemos candidaturas à altura do desafio de gerir e comandar uma cidade com as mais variadas complexidades. Mas não é isso que ocorre, pelo menos neste ano. Nós temos aí uma série de candidaturas, mas algumas delas deixam muito a desejar.
O comunicador José Luiz Datena tem uma performance que efetivamente se aproxima de um patamar patético. Já Pablo Marçal, que é o candidato-novidade, fala até verdades nos debates, enfrenta as vulnerabilidades dos adversários, mas sem a menor categoria. Sem falar que a sua vida pregressa como empresário tem uma série de vulnerabilidades. Temos também Tabata Amaral, deputada federal, que até formula direitinho, mas, convenhamos, virou deputada graças ao patrocínio do maior bilionário brasileiro, segundo a Forbes, alguém que procura eleger bancadas que atendam a seus interesses.
Pobres paulistas
Na largada da pré-campanha, havia duas candidaturas que rivalizavam a disputa. O atual prefeito, Ricardo Nunes, que assumiu no quinto mês do mandato com o falecimento de Bruno Covas, que foi reeleito contra quem? Contra Guilherme Boulos, que novamente está na disputa. Boulos é uma figura lamentável, um desqualificado.
Marginalidade
Defensor de invasão de propriedade privada. Esse é o resumo do senhor Boulos. Ricardo Nunes até que amadureceu, cresceu, qualificou-se, mas também não tem tamanho, não tem guarda-roupa para prefeito de São Paulo. Esse é o menu para os paulistanos.
Cadafalso
Marçal tem procurado enfrentar o sistema. Por isso mesmo, tem tudo para, daqui a pouco, enfrentar a impugnação de sua candidatura pela Justiça Eleitoral. Aliás, impugnação essa que já foi solicitada. E ele agora, na medida em que começa a crescer nas pesquisas, começa a preocupar não apenas seus adversários.
Meteoro
Na última pesquisa do Datafolha, ele já aparece em segundo, com 21 pontos percentuais, atrás de Boulos, com 23, e à frente de Ricardo Nunes, com 19. Os três embolados, um empate técnico. O crescimento do ex-coach, contudo, foi num curto espaço de tempo.
Retrovisor
No segundo pelotão, bem mais atrás, aparecem Datena e Tabata. É um contexto que está gerando preocupação para além da disputa em São Paulo. Está preocupando o próprio ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus filhos. A começar por Eduardo, que é deputado federal, reeleito com um milhão de votos e pré-candidato ao Senado pelo estado paulista.
Matar na raiz
O quadro é cristalino. Se Marçal atropelar e ganhar a eleição, ele também poderá se projetar para 2026. Vale lembrar que João Doria Júnior elegeu-se prefeito, renunciou para ser candidato a governador, elegeu-se novamente e depois tentou a presidência da República. Ou seja, poderia estar surgindo uma nova liderança de direita.
Tiroteio
Por isso, a família Bolsonaro, que está com Ricardo Nunes, começa agora a torpedear Pablo Marçal.