Quem reside no Brasil está num país emergente, ou seja; está em desenvolvimento econômico. E, como a economia do Brasil precisa evoluir, é considerado um país de maior risco perante aos mercados desenvolvidos.
Por este motivo, para atrair investidores estrangeiros a taxa de juros praticada aqui deve ser superior a taxa de juros de um país como os EUA, por exemplo, que está entre as maiores economias do mundo.
É natural que a reação do investidor brasileiro perante o cenário atual de juros gere um certo desconforto: A SELIC em 2015 (Taxa Básica de Juros) era 14,25% a.a. e hoje 6,50% a.a.
O ganho nominal reduziu consideravelmente. É fase de adaptação e compreensão do ganho real. Mas e aquele brasileiro que foi viver o “Sonho Americano” e começou a investir suas economias lá fora? Está satisfeito com o retorno?
A economia dos EUA está com o crescimento acima do esperado, o que fez os juros ao longo dos anos subir de 0,50% a.a. para 2% a.a. É isso mesmo, 2% ao ano! Na vírgula, o juros atual pode variar entre 1,75% a.a. a 2% a.a.
Essa é a remuneração dos investimentos indexados aos juros americano. Nos países de primeiro mundo como exemplo a Suíça, Japão e Suécia, as taxas de juros são negativas, ou seja; você paga para deixar o dinheiro guardado no banco. Então, você ainda acha pouco 6,50% a.a. no Brasil?
O Brasileiro que mora no exterior e está acostumado com os juros no Brasil tende a direcionar parte dos seus investimentos para a moeda Real. Esse movimento pode ser positivo em alguns casos, para outros nem tanto.
Alguns pontos a serem avaliados:
1. Sem inflação
O investidor que não mora no Brasil tem o ganho 100% transformado em juros reais, pois não sofre a inflação do nosso país.
Lembre-se! Nós, brasileiros, que investimos o dinheiro aqui no Brasil precisamos descontar a inflação (aumento do preços) sob o ganho acumulado nos investimentos.
Ganhar 6,50% a.a. significa um ganho real aproximado de 2% a.a., baseado na inflação dos últimos 12 meses até junho que é 4,39% a.a.
2. Aposte na moeda local
O cenário do câmbio também deve ser avaliado, pois há muita instabilidade perante a moeda dos países emergentes versus países desenvolvidos.
Com isso, se o seu plano é morar por um prazo indeterminado nos EUA, é fato que todas as suas despesas e custo de vida serão em dólar.
Logo, só faz sentido aplicar o seu dinheiro em real e expor o seu patrimônio ao risco de desvalorização cambial se a taxa for muito atrativa.
3. Planeje a longo prazo
Uma estratégia para o investidor que mora no exterior, mas pretende voltar ao Brasil e usufruir do patrimônio em reais, é guardar na moeda do país em que reside o valor destinado ao uso imediato e planejar os investimentos de longo prazo no Brasil.
Importante
O Brasileiro que mora no exterior e pretende aplicar os recursos no Brasil deverá estar enquadrado nas regras da Receita Federal.
O investidor é considerado não residente quando entrega a “Declaração de Saída Definitiva do País” ou permanece no exterior por um período superior a 12 meses consecutivos.