Sorte ou azar? – Luiz Carlos Prates

Por: OCP News Florianópolis

14/03/2024 - 07:03

Por que é bom apontar o dedo e culpar alguém por qualquer dos nossos fracassos ou sofrimentos? Porque apontando o dedo acusatório para alguém tiramos o nosso assento da estaca. São raríssimas as vezes em que alguém é de fato culpado por algo que nos incomoda. Mais das vezes deixamos a porta aberta para que alguém que nos veja como adversário nos puxe o tapete. Nós colocamos o tapete para ser puxado. Já nem vou falar de fracassos nos casamentos. – Ah, a culpa foi dela! – Ah, a culpa foi dele! Foi de ambos. Um não quis ver as cretinices do outro, ou ambos se fizeram de sonsos para não perder a lindona ou o babacão… Muitas vezes nos queixamos de azares na vida, mas o que são azares? De onde eles vêm? Como alguém pode explicar o azar ou a sorte? A Psicologia, no caso das enfermidades, garante que as doenças não são sentenças de morte, mas o apontamento de que a pessoa tem de reorientar a sua vida. É bom sublinhar que não há doenças incuráveis, mas pessoas que não têm cura. E o que é ter cura? É mudar a vida, o modo de pensar, de crer, de avaliar, é ter certeza que de fato tudo é possível ao que crê, positiva ou negativamente. Muita gente ouve essa conversa e sai lascando: – Ah, que baita bobagem, quem é que vai querer adoecer, sofrer e morrer…? Aí é que mora uma das danações da Psicologia, temos dentro de nós o instinto de morte, o chamado Tanatos. Ele tem como adversário Eros, o instinto de vida, o deus do amor. Tanatos é o poder negativo, Eros o positivo. Poucos sabem disso ou acreditam nisso. E por desconhecimento dessa verdade da Psicologia, pessoas saem em busca de credos inúteis, perdem tempo com numerologias, simpatias, feitiços, bobagens históricas, mas bem de acordo com a cabeça da maioria. Não podemos controlar a Natureza, mas podemos ter bem mais poder sobre nós mesmos, para isso é preciso abrir as janelas da sensibilidade e da inteligência. Nossos dias prósperos não vêm da sorte, vêm de muita fadiga e persistências. Claro, e acima de tudo fé. Muita fé.

TROUXAS

Há trouxas para tudo. Aliás, é o que mais há, não é mesmo, Prates? Li a manchete num portal “sério” e fui logo atrás da notícia. A manchete dizia: “A maconha vai ser legalizada”, e logo abaixo aparecia a cara da Ana Maria Braga e o subtítulo: – “Fumei por muitos anos”. Claro, me atirei para saber dos detalhes. Era papo furado, a Ana tinha fumado cigarros, mas a manchete enganava a torcida. O Brasil seria outro se não fossem os trouxas.

IMPRENSA

Durante muitos anos dirigi um curso de Comunicação Verbal no centro de Florianópolis. À frente do meu escritório havia uma banca de jornais e revistas. Certo dia, a manchete do jornal Notícias Populares ocupava quase toda a capa. Dizia assim: – “Pelé morde a mãe”. Quase comprei a banca toda. Quando abri o jornal, o tal Pelé era um cachorro que tinha mordido sua mãe, uma cadela. Não era mentira… Sempre há trouxas para tudo.

FALTA DIZER

Seria uma boa acabar com os cumprimentos manuais. Nada mais sujo numa pessoa que suas mãos. Ontem vi um “empresário” conversando com clientes. Ele apertou as narinas várias vezes com os dedos e depois passou os mesmos dedos nos olhos, como que a tirar remelas. E vai estender, mais tarde, aquela mão imunda em cumprimentos? Vai. Todos fazemos isso. Todos.

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