Só depende de nós – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

07/07/2023 - 06:07

Uma das razões por que as crianças são felizes é que elas vivem no presente, no aqui e agora. Se o brinquedo está bom, viva o brinquedo, a criança não fica fazendo comparações com o brinquedo de ontem. Nós, adultos, não vemos a vida desse modo “infantil”, que de infantil nada tem… Vivemos o ontem muito mais do que o hoje, maior parte do tempo passamos fazendo comparações e suspirando pelo leite derramado. À medida que envelhecemos mais e mais nos debruçamos na janela dos “ontens” da vida, como se o ar dos bons momentos do passado pudesse voltar, não voltará. Há pouco, ouvi uma entrevista de uma veterana atriz e ela suspirando por novos desafios. Tudo bem, é muito bom desejar novas lutas e desafios na vida, desde que… Desde que não dependamos de ninguém. No caso dessa atriz, ela depende de empregadores a lhe oferecer uma nova oportunidade. Há um ditado que diz que quem sabe esperar, o tempo abre as portas. Abre? Nem sempre. E quando abre impõe condições, condições que nem sempre podemos cumprir. Um velho e grande amor perdido, perdido por uma separação sem volta ou perdido para a morte não vai voltar, ter consciência disso e se reabilitar na vida são questões imperiosas. Chorar não vai adiantar. O emprego tão apreciado ficou para trás? É sacudir a poeira e cantar em outra freguesia, se houver condições, é claro. As crianças, já disse, são mais felizes porque têm pouco ou nada dessas questões para lamentar. Lucidez para entender sobre o que não vai voltar e ter condições de iniciar “outra vida” por conta própria e pouco olhando para trás é o caminho, o tão buscado caminho para a felicidade. E esse caminho, você sabe, só pode ser encontrado por nós, dentro de nós. Esse caminho/solução atende pelo nome de “esquecimento”, que também tem o apelido de “virar a página”, ou quem sabe partir para outra. E aqui está a possível e melhor solução: partir para outra. E sempre podemos partir para outra, desde que partamos de algo que dependa só de nós. Ter um propósito por algo que seja só nosso e dependa só de nós é a saída do túnel dos lamentos tardios da vida. Tardios ou nem tanto…

TOLICE

Não, não vou sossegar o facho enquanto perdurar essa tolice. Uma mulher jovem, bonita, classe média acima da média, se queixando na televisão de um golpe financeiro por que passou, e… Era identificada na tevê como “influencer”. Tem cabimento? Já cansei de dizer que para alguém ser “influencer” tem que ser pessoa com talento e méritos em questões sociais importantes. Influenciador virou profissão. Um espelho faz bem, pessoal!

FRASES

Você sabe, coleciono frases de todo tipo, nenhum jornal me passa sem bons recortes. Ontem, dei de cara com este recorte, estava na minha caixa de sapatos: – “Não deixe a diversão para depois”. Contesto-a. Não deixe o trabalho, a obrigação, o imediato para depois. Depois sim, depois do cumprimento dos deveres, ah, vale uma boa diversão. Trocar os comportamentos é encrenca na certa. Aliás, você sabe disso. Primeiro o dever, depois o prazer!

FALTA DIZER

Pilulazinha difícil de engolir é ouvir alguém dizer que um inimigo nos pode ajudar bem mais que um amigo. Ué, mas como assim? Simples, um “inimigo” diz verdades sobre nós, e com elas podemos melhorar a nossa vida; já os amigos nos passam lisonjas e estas nos enganam. A verdade dói, mas constrói. “Te amo”, mais das vezes é só uma frase…

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.