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Silêncio imposto – Claudio Prisco Paraíso

Por: Claudio Prisco Paraíso

24/07/2025 - 07:07

Em 2018, Lula da Silva estava preso, condenado a mais de 12 anos por corrupção. Mesmo assim, o Partido dos Trabalhadores lançou Fernando Haddad como candidato à Presidência. Era o “poste” de Lula, que acabou derrotado nas urnas por Jair Bolsonaro — então um verdadeiro azarão, que surfou na onda do voto anti-PT e anti-Lula.
Agora, a esquerda quer a retribuição. Querem Bolsonaro fora de combate em 2026, como Lula esteve em 2018. Querem vê-lo preso.

Volta ensaiada

Mas Lula tem outro plano. Ele quer disputar. Quer mais um mandato, o quarto. A grande questão é: com esse governo afundando a cada dia, será possível imaginar uma candidatura viável? Fica difícil. Muito difícil.

Esquerda sem nomes

E se Lula não for o candidato, quem seria? A esquerda tem outro nome? Ou melhor: tem algum nome competitivo?
Fernando Haddad, por exemplo, está fora de cogitação. É ministro da Fazenda e carrega nas costas a herança de um quadro econômico e financeiro desesperador. Não há marketing que resolva. Falam de nacionalismo, do tarifaço de Trump, tentam resgatar a retórica contra o “imperialismo americano”. Ledo engano. Esse tema é de agora, é quente, mas não dura. Não estará na pauta em 2026.

Fôlego curto

No máximo, dá um folegozinho. Um gás momentâneo para o PT e para Lula, mas não sustenta uma campanha presidencial. Lá na frente, quando a eleição chegar, o que vai pesar mesmo é o de sempre: o bolso e a barriga.
E o governo atual está comprometendo profundamente o poder aquisitivo da sociedade brasileira — inclusive daquela parcela que historicamente elegeu os petistas: a camada mais desassistida, desinformada, especialmente do Norte e Nordeste do Brasil.

Sem saída

E até lá, a situação só tende a piorar. Não há como resolver o rombo fiscal. A economia patina. O desemprego assombra. A inflação volta. Os juros continuam altos. O governo gastou tudo que podia — e o que não podia. Agora, parte para a sanha arrecadatória. Imposto em cima de imposto para tentar tapar o buraco.

Sucessão em aberto

A disputa presidencial de 2026 não será definida agora, mas o cenário aponta para um fim iminente da polarização entre Lula e Bolsonaro. A ausência de Bolsonaro e o desgaste de Lula abrirão espaço para nomes novos e cabeças mais arejadas. A esquerda terá de se reinventar — com alguém que não carregue as digitais deste desgoverno. A direita, por sua vez, terá o desafio de manter a base mobilizada, mas com uma nova liderança conservadora.

Última imagem

Lula já disputou seis eleições. Ganhou três. Perdeu três. Está agora no seu terceiro mandato. E sabe que a última imagem é a que fica. É difícil imaginar que ele queira encerrar a trajetória com uma nova derrota — e amarga.
Por isso, o mais provável é que também não entre na disputa. No fim das contas, o que definirá 2026 será o que sempre decide eleição no Brasil: o panorama econômico-financeiro.

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