Ser pessoa bonita – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

06/10/2022 - 05:10

Enquanto adolescente, eu “morava” nos cinemas. Era um filme atrás do outro. Vi de tudo. E um dos filmes que muito me marcou era estrelado por Fernandel, um humorista francês. Fernandel não era um sujeito bonito, mas era um craque nas interpretações. O filme, em resumo, tratava de uma emissora de televisão que estava procurando um apresentador para o seu telejornal da noite.

A primeira condição era que os candidatos tinham que ser bonitos. Fernandel, um dos candidatos, de bonito não tinha nada. Era muito feio, mas… Entrou na fila. O pessoal da televisão não queria dizer, assim, na cara, que Fernandel, era muito feio. Fernandel não pensava assim.

Ele foi passando por todos os testes, ninguém o superava. O pessoal da tevê não sabia mais o que fazer para mandar Fernandel cantar em outra freguesia. Arrumaram, de última hora, um teste de conhecimentos gerais para acabar com Fernandel. Reprovação total dos candidatos, menos Fernandel. O feioso sabia de tudo, deu um baile nos outros candidatos. Resumindo, o filme termina com Fernandel dando boa noite aos telespectadores, foi o escolhido, ficou na tevê.

A lição que o filme deixava é que beleza é um conceito que varia no tempo e no espaço e que é, acima de tudo, um conceito pessoal. Se o sujeito, ele ou ela, se acha bonito, bonita, pronto, resolvida a parada, a pessoa é bonita. Se ela se vê feia, mesmo sendo uma Miss Mundo, um Mister Apolo, de igual modo a conta está fechada, a pessoa é feia. Vim até aqui, leitora, para dizer que acabo de ver num site de jornalismo a seguinte manchete: – “Como se sentir atraente e admirada”.

Vou encurtar a receita. A meu juízo, para que uma pessoa seja aceita como atraente e admirada “basta” que limpe a boca ao falar, seja educada, honesta, cuide-se na aparência e tenha sempre na bolsa a cartilha da Educação Moral e Cívica. Pronto, aí estará uma pessoa atraente, admirada. Claro, muito odiada também, afinal, qualquer tipo de beleza ofende o grupo maior que anda por aí, o grupo dos inseguros e vazios por dentro. Casamentos assentados só pela beleza física não duram o primeiro vento mais forte da vida. Mas todos podemos ser bonitos. Por dentro, que é o que vale.

LINGUAGEM

Apresentadores de televisão precisam de mais cuidados ao falar. A fala revela a pessoa. Além disso, “brincadeiras” ficam bem no pátio do colégio, enquanto criancinhas… Há pouco ouvi uma apresentadora, aqui por perto, perguntando ao colega sobre o tempo no fim de semana. – “Será para curtir ou para dormir”? – ela perguntou. Quer dizer que se houver sol é tempo de curtir? E o que é curtir? É ir à livraria? E se chover é tempo de dormir, de virar um bicho na toca, por quê? Gracejos indevidos e, mais que tudo, reveladores de pessoas e direções… Off.

CONSCIÊNCIA

Precisamos ter mais consciência dos nossos momentos vividos. Ataulfo Alves cantou num samba que – “Eu era feliz e não sabia…”. Verdade de muitos de nós. Acontece que se fomos felizes e não sabíamos, não fomos felizes. Olhemos para os lados e agradeçamos corda de agora, que nos está bem frouxa no pescoço… Consciência faz bem.

FALTA DIZER

Estou mesmo muito feliz com as mensagens que tenho recebido de telespectadores de todo o Estado pelos meus comentários no Jornal Regional da RBA-TV, (das 11h30m às 13h15 m) com sede em Rio do Sul. Uma emissora de rede nacional a partir de Belém do Pará.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.