O vereador carioca Carlos Bolsonaro, enfim, deu o ar da graça. A estreia estava programada para o início do mês de julho, no projeto Rota 22, em Santa Catarina, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, como ele foi impedido de viajar pelos médicos, Carlos precisou aguardar um mês para desembarcar no estado. Veio sozinho. Foi ciceroneado pelo deputado federal Daniel Freitas. No próprio sábado, o 02 ficou pela Grande Florianópolis, interagindo, e, no domingo pela manhã, marcou presença na mobilização realizada em Criciúma. Na sequência, deslocou-se para a capital, onde participou do ato contra Lula da Silva e também contra Alexandre de Moraes. Diferentemente da postura mais discreta no Sul catarinense, em Florianópolis ele chegou a usar da palavra, inclusive ligando para o pai e o colocando ao vivo com os florianopolitanos presentes.
Ausência
Curioso é que ele não esteve, em momento algum, na companhia do governador Jorginho Mello. O líder liberal de SC, quando chegou para o ato, já encontrou um cenário em que Carlos havia batido em retirada.
Senador
Esperidião Amin também esteve no ato. Não subiu no carro de som nem nos vários caminhões que circularam pela Beira-Mar Norte, mas ficou em contato com o público, interagiu com populares e sustentou a tese do impeachment de Alexandre de Moraes, reforçando que 35 senadores já subscreveram o pedido, faltando apenas seis para alcançar a maioria do Senado.
Ausentes
Outro detalhe: Carol De Toni também não compareceu, assim como Gilson Marques, do Novo, que já colocou o bloco na rua como pré-candidato ao Senado. É possível observar, portanto, um certo ceticismo — não apenas entre aliados, mas até entre os próprios correligionários.
Ecos
Aquela declaração da semana passada, de Jorginho Mello, dizendo que não havia nenhum acordo fechado e que não era certo que Carlos Bolsonaro viria para Santa Catarina, acrescentando que ele poderia disputar no Espírito Santo ou em Roraima, parece ter criado uma lacuna. Até porque o vereador aterrissou em SC no fim de semana.
Em nome do pai
Como já havíamos antecipado, logo após essas declarações, Jorginho Mello foi a Brasília — oficialmente para despachos de representação — mas, evidentemente, esteve com Jair Bolsonaro.
Cartas na mesa
Talvez tenham acertado o baralho, ajustado os ponteiros no sentido de que Carluxo viria para uma das duas vagas na chapa de Jorginho Mello em 2026. Se isso ocorrer, vai faltar espaço. Sobram nomes: Carol De Toni, Esperidião Amin e Gilson Marques. No governo, é voz corrente de que o Novo se daria por satisfeito com as duas suplências ao Senado.
Espaços
Gilson Marques deixaria de ser federal para ser suplente de senador, ou concorreria à reeleição? E Carol De Toni seria barrada na disputa ao Senado?
Nome certo
Sim, porque Esperidião Amin não pode deixar de estar na chapa, sob pena de a federação progressista migrar para o lado de João Rodrigues — o que, aí sim, viabilizaria sua pré-candidatura, que até segunda ordem não se sustenta de pé.
Desunião
Nem o PSD unido João Rodrigues consegue manter, considerando as várias dissidências. O fato é que, até aqui, nesta altura do campeonato, a situação é muito favorável para Jorginho Mello na composição, porque todos os partidos estão em torno dele.
Pedra no sapato
João Rodrigues não tem um sequer para chamar de aliado. Mas a possível chegada de Carlos Bolsonaro cria, sim, dificuldades para o governador.