Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
A situação da economia brasileira é preocupante, muitas vezes, números são maquiados e desviam a nossa atenção do cenário real. Mas os fatos não deixam dúvidas do perigo que se avizinha. O Índice Liberdade Econômica da Fundação Heritage, principal indicador do planeta, mostra que 123 países, inclusive Bangladesh, Costa do Marfim e Camboja, têm uma economia mais livre que a brasileira.
Com tantas amarras, ficamos abaixo da média global e também da média regional. Entre as 32 nações da América Latina, o Brasil aparece em 26º lugar. O Chile, com 71 pontos, é o melhor país latino-americano e ultrapassou os Estados Unidos, que têm 70 pontos.
O Brasil tem sido visto cada vez mais com desconfiança, fato acentuado pelas diretrizes do governo federal que vem conduzindo com irresponsabilidade as contas públicas, o que prejudica o desenvolvimento do setor privado, trava novos negócios e investimentos e causa uma enorme insegurança jurídica e política no país.
O ponto mais crítico do Brasil no índice é justamente o tamanho do Governo. Estamos no vermelho nos indicadores de gasto governamental e saúde fiscal, com o pior desempenho neste quesito em 30 anos.
Ainda falando sobre economia, encerramos 2023 estagnados, mas os bons resultados dos primeiros trimestres contribuíram para um crescimento do Produto Interno Bruto de 2,9% no ano passado, impulsionado pelo agronegócio, que foi o responsável por cerca de um terço do crescimento desse indicador.
Apesar do fôlego, a expectativa dos economistas é que a economia brasileira desacelere novamente. Além disso, o ponto mais negativo da economia em 2023, que foi o tombo da participação da poupança e do investimento, continuará carecendo atenção.
No ano passado, tivemos o índice de poupança mais baixo desde 2020, e o do investimento no Brasil foi o mais baixo desde 2019. E, é justamente o investimento que propicia um desenvolvimento de produtividade da economia, e que permite que ela cresça sem que haja uma pressão na inflação.
Para mudar o futuro do nosso país e acabar com esses problemas crônicos, precisamos de medidas eficazes, que tornem mais viável e menos burocrático investir no Brasil. Precisamos de estabilidade e segurança para que as empresas cresçam e invistam, com uma economia forte, que gere emprego e renda e traga mais oportunidades para as pessoas.
O caminho é modernizar, desburocratizar, diminuir o tamanho da máquina pública, entregar eficiência. Não atrapalhar quem empreende também é muito importante. Precisamos deixar mais dinheiro na mão do trabalhador, criar um ambiente favorável para os negócios e diversificar a economia.