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Salada de urtigas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

24/02/2024 - 07:02

Somos todos muito eloqüentes, falamos o tempo todo, ninguém nos segura a língua… Muitos podem contestar: – “Não, Prates, nada disso, sou muito calado, tenho até dificuldades de falar em público”! Não, não estou falando de falar em público quando digo que somos todos muito loquazes. Falo dos pensamentos, do falar consigo mesmo. E esse falar consigo mesmo tanto pode ser o nosso gerador dos grandes negócios e conquistas na vida quanto o nosso motor a produzir uma vida medíocre e eivada de sensações ruins e mesmo doenças físicas pelo corpo. Falar consigo mesmo é pensar, é falar com nós mesmos pelos pensamentos. Pensamentos são ou a nossa grande danação ou o elevador do nosso sucesso. Muito do que pensamos vem da infância, do que nos puseram na cabeça ou do que internalizamos vendo e ouvindo os mais velhos, especialmente os pais. Quantos murmuramos no espelho da vida que somos feios, que não temos graça, que não temos talento, que sempre fomos perdedores nas nossas ações, que nascemos para sofrer, pensamentos vão nos gerar uma vida nesse sentido. Muitos não acreditam nisso, mas os nossos pensamentos são “átomos” em ação, bem usados nos levarão ao sucesso, mal usados ao calçamento da nossa vida sofrida. E dizendo isso, mais uma vez sou obrigado a lembrar daquela velha frase grega, aquela do – Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê! Essa frase virou matiz para religiosos séculos depois… O que importa é a verdade, e a verdade está nos nossos pensamentos, certos ou errados. As leis universais nos devolvem o que a elas damos, e damos pelas energias do pensamento. Se fosse possível pôr numa balança o resumo dos nossos pensamentos diários sairíamos correndo de nós mesmo. A maioria mastiga salada de urtigas nos pensamentos. O grande negócio é que é perfeitamente possível mudar o nosso destino, bastando que mudemos o modo de pensar. Em princípio é muito fácil essa mudança, todavia… Exige decisão, persistência e muita fé. Os desacertos nos casamentos, por exemplo, começam nas cabeças dele e dela, e nessa relação sempre há um ingênuo que fica a esperar por uma mudança milagrosa nele ou nela. Coitados. Podia, sim, haver o milagre das mudanças, mas o errado é sempre o outro…

ISCAS

A vida é cheia de iscas, é preciso olho vivo. Ouça o que diz um publicitário americano sobre as Blackfridays – “A verdade é que queremos ser enganados, se não pelos fornecedores, pelos vendedores, por nós mesmos. A Psicologia parece simples: fazer com que gastemos com o de que não precisamos, só para sentir o prazer da pechincha”. Dito de outro modo, acreditamos que a pechincha que nos oferecem é pechincha. Não apenas os peixes caem no conto das iscas…

PESQUISAS

De 10 pesquisas que nos chegam aos olhos e ouvidos, nove são invenções. Interesses políticos ou comerciais. Qualquer um pode inventar uma “pesquisa” e passá-la adiante. Precisamos de muita cautela e boa informação, ler jornal todos os dias, por exemplo, para não cair nas patranhas das pesquisas inventadas. Bom, cansei de dizer nos telejornais de que participo que não acredito em pesquisas nem quando elas me favorecem. Azedo!

FALTA DIZER

Vivo dizendo nos cursos de comunicação verbal e oratória que dirijo que quando alguém acusado de erros ou crimes fica calado numa acareação com o delegado ou magistrado, o interrogado é culpado. Ninguém fica calado diante de uma grave inverdade de que é acusado. Esse ficar calado é para não agravar a culpa. Os “delegados” sabem disso…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.