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“Rumamos para uma ruptura da relação entre governantes e governados”.

Por: Nelson Luiz Pereira

04/10/2020 - 09:10

Já se avista a reta final de 2020, em meio à reinante instabilidade social, política e econômica. No melhor cenário, isto é, se a máscara virar obrigação universal, o mundo chegará, em 31 de dezembro deste ano, com 2 milhões de mortes pelo coronavírus. Em meio a este quadro sombrio, acende-se um pontual estopim da campanha presidencial na nação das nações. A primeira detonação, estremecendo o mercado mundial, se deu na terça-feira (29), com o fuleiro debate entre os septuagenários e birrentos Trump e Biden.

De acordo com a crítica internacional, o vencedor do embate foi o porquinho que menos se sujou. Adiciona-se à esta sopa caótica, a inconsistência geopolítica dos poderes, e veremos que no borbulhar da fervura, vão aparecendo a depreciação da democracia liberal, as teocracias fundamentalistas, o capitalismo ‘neoplanificado’ da China e Rússia, os neofascismos do Leste Europeu, as erupções ditatoriais na América Latina, entre outros ingredientes. Acrescenta-se, por fim, consistentes porções de degradação ambiental e desigualdade social, e temos pronta a insípida sopa global.

O que se degusta, então, é uma velha ordem que já não existe, e uma nova que ainda não conhecemos. Espero que o efeito dessa indigesta sopa gere uma incontinente turbulência disentérica. A imensurável “distância” de realidades entre governantes e governados, alimenta uma silenciosa ‘ciberguerra’ por uma nova instituição política. Vale considerar que as grandes transformações implementadas no mundo, têm sido motivadas pela inquietude dos governados.

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‘Marchas sociais’ como direitos humano, consciência ecológica e movimento feminista, são só alguns exemplos. Enquanto isso, no campo político-institucional, não se processam transformações visando o bem estar social. O modelo maquiavélico continua o mesmo trilhado a séculos: meios como opressão, alienação, exploração, ilusão e corrupção, são justificáveis para deleite e perpetuação do poder. Torço para que esta relação historicamente sustentada no ‘pão e circo’, avance para uma breve ruptura.

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Nelson Luiz Pereira

Administrador, escritor, membro do Conselho Editorial do OCP e colunista de opinião e história.