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Respingos – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

04/01/2024 - 06:01

Que respingos, que tipo de respingos? Já vou dizer. Respingos da passagem de ano, muita coisa ficou por dizer, e não as vejo de tal forma a esquecê-las. Explico. A passagem de ano, o 31 de dezembro para 1º de janeiro, é marcada por ritos, superstições, orações, crenças e tolices de todo tipo. Tolices? Sim, muitíssimas, as pessoas se traem nos detalhes. É bom sempre lembra que nos revelamos por todos os poros, por mais que estejamos atentos vamos nos revelar, vão descobrir quem somos. Os delegados de polícia levam segundos para chegar a essa verdade. Vamos lá, aos respingos. Como disse, muitas crenças, crenças sem alicerces, sem conteúdos, a pessoa faz isso ou faz aquilo achando que está jogando confetes no seu deus ou na sua crença, está, na verdade, encenando uma peça. Quem de fato crê é discreto, discreta, não sai por aí dando pulinhos em ondas do mar ou fazendo parecido para ter um ano bom, para ter sorte. Quem crê é discreto, crê. Quem de fato crê não precisa de nenhum rito, de nenhum circo para posar como crente ou tentar passar a perna no santo ou até mesmo no seu deus. Na passagem de ano ouvi muita gente dizendo que não ia comer galinha porque galinha dá azar, ela cisca para trás… Veja bem a sonora estultícia. Se uma pessoa me disser que não come galinha para poupar a vida do bichinho, bah, dou-lhe um abraço, é isso mesmo, mas dizer que galinha dá azar porque cisca para trás, francamente… Outras dizem que passam o Ano-Novo vestindo calcinha amarela, ô, dá uma baita sorte… Gostaria de saber que “tipo” de sorte, hein, gurias? Outros se vestem de branco, a cor da paz, da saúde… Bah, um desfile de credos primitivos, do tempo das cavernas. Ah, claro, houve, sempre vai haver, os que precisam comer lentilhas, romã e assim por diante. Tudo para ter sorte no Ano-Novo. Então, vamos lá, quem de fato crê não precisa rezar, não precisa de ritos, não precisa ir a igrejas, nada, basta o pensamento na certeza do crer. E essa certeza produz os milagres. Quem crê “sabe” o que lhe vai acontecer, o crer não admite ziguezagues. Quem crê, deita e dorme na paz do “tudo é possível ao que crê”. Raríssimos.

ELAS

Não ouço um único babaca em Brasília falando sobre Planejamento Familiar. Planejamento é a discussão familiar sobre o número de filhos, Controle da Natalidade é a intervenção do governo no número de filhos das famílias. Agora, ouça esta do IBGE – “22% das mulheres com um filho não conseguem trabalho, ante só 0,55% dos homens na mesma situação”. Que elas se cuidem, determinem-se para a independência e só depois, bem depois, um buaaaaá na vida. Certo? Tempo perdido.

COITADOS

Coitados? Sim, coitados desses jovens parvos que andam por aí. Diz um executivo de multinacional de São Paulo, num jornal paulista: – “Os jovens andam muito imediatistas, eles querem promoções rápidas, mas é fundamental explicar que há um percurso a ser respeitado, e é preciso desenvolver sabedoria antes de assumir mais responsabilidades”. Agora é assim, querem colher sem previamente plantar. Teste doméstico: os “jovenzinhos” estão lendo livros e jornais? Não? Então, virem “influencers”…

FALTA DIZER

Manchete nacional: – “Bancada religiosa gera debate sobre influência da fé em projetos de lei”. Bancada o quê? Ah, vão se coçar numa tuna! O Brasil é laico, não tem religião, não sabem disso? Mas quem vota em babacas? Ora, babacas. Cuidado, cuidado… Abram o olho!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.