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Remédio barato – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

13/07/2023 - 06:07

Tornei-me “farmacêutico” faz tempo, nem sei quando isso começou. – Ah, espere, sei sim! Começou quando, atrás do balcão do armazém de secos e molhados do meu papai, recebia os jornais Correio do Povo e Folha da Tarde, de Porto Alegre, jornais assinados por meu pai. Esses jornais me levaram a recortar fotos de jogadores e do time do Internacional, meu time. Convivendo com os jornais, gurizinho, comecei a conviver com leituras de todo tipo e… A recortar frases. E descobri que frases são como “remédios”, remédios para todo tipo de encrenca na vida. Tornei-me, então, como disse, “farmacêutico”, farmacêutico de frases. Há pouco, remexendo na minha caixa de frases, como faço quase todos os dias, dei de cara com duas “pílulas”. A primeira dizia assim: – “A oportunidade dança com aqueles que já estão no salão”. Claro que a frase precisa de um pouco d’água para descer na goela do entendimento. Vou dar um exemplo bem cotidiano: uma pessoa viver se queixando da sorte e nunca fazer uma apostazinha na Mega-Sena. Nunca vai ganhar. Os que estão “no salão das apostas” é que podem ganhar. Outro exemplo, decorativo: – Um aluno estuda pouco e fica torcendo para que nas provas caia só o que ele estudou… Vadio de uma figa. Para todos os bons resultados na vida temos que nos preparar. E a segunda frase de hoje, da minha farmácia de frases, é esta: – “A poltrona e as pantufas são a ruína do homem”. A sentença é ótima tanto no sentido literal quanto no sentido figurado. Aposentar-se e ir o sujeito sentar na sala, coçar a barriga e achar que já cumpriu com o seu dever na vida é uma ação tão estúpida que lhe vai fazer morrer mais cedo. É estatístico. Temos que ter um propósito de vida a transcender a carreira profissional. O nosso propósito não pode depender de um carimbo de CLT, tem que ser algo pessoal, espiritual. Mais uma vantagem das mulheres, elas nunca se aposentam. Podem encerrar uma carreira, mas continuam bravas, heroicas e retumbantes nos seus cotidianos de muitas lides. Mário Quintana, formidável poeta/escritor era também “farmacêutico”, um dia ele disse que – “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. E os jornais também, Mário. Saudade, Quintana!

FOTO

A foto tem alguns dias, mas ela é eterna. Um dia, no inferno, o protagonista vai acertar as contas com quem de direito. Foto de um urso preto do tamanho de um elefante, morto. Sobre o pobre bicho indefeso um ex-jogador de rubgy americano, sorridente e mostrando as armas do abate. Uma covardia realizada com armas de guerra, canalha! Tudo dentro da lei no Alasca, Estados Unidos. Creio na lei dos mistérios: o feito vai trazer o efeito, exatamente igual…

BIOGRAFIAS

Entraram na moda as biografias. Nulidades humanas encomendando suas biografias, plenas de mentiras e “elevações”. Grande número desses sedentos por suas biografias as querem de graça, querem que um sujeito letrado, escritor, lhes escreva por um mínimo pagamento. Negativo. Que os escritores, os talentosos das letras, cobrem o devido pelo

trabalho, isto é, um bom dinheiro. E a maioria, aqui fora, não sabe disso.

FALTA DIZER

É de pensar. Um clips, desses de prender papel, não passa de um pedacinho de arame entortado. Só que um dia alguém teve a ideia de transformar o aramezinho num objeto indispensável a todos nós. Entre em qualquer escritório e veja… Uma “pequena” ideia pode ser um grande negócio, ô…!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.