Reagir depois do 1×0 – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

26/10/2024 - 07:10

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Não vou falar de futebol, então, a leitora não precisa virar a página, vou usar o futebol como exemplo. Sei que as mulheres abominam futebol, sei. Então, vamos lá. Na vida, existem diferentes esperas. Esperar pelo sol nascer é uma coisa, esperar por um diagnóstico médico é outra. Há diferentes expectativas diante de uma espera. Geraldo Vandré, compositor que foi duramente perseguido por canalhas ditadores, um dia escreveu que “Esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Educado, o Vandré. Eu já digo que esperar, mais das vezes, é estupidez. Vou dar um exemplo do futebol e que serve para todos nós. Já disse aqui que por 25 anos viajei pelo mundo como narrador de futebol e não há nada de novo daqueles tempos para hoje dentro dos gramados de futebol. Inventaram novas palavras, falsos estilos táticos, mas… No essencial o futebol continua o mesmo. Dou logo um exemplo. Dia destes, eu estava ouvindo um jogo entre Vasco e Cruzeiro, de Minas Gerais, quando o Vasco fez 1×0, saindo na frente. Minutos depois o Cruzeiro já era outro time dentro do campo, marcava melhor e atacava mais, o time transformou-se. E qual a razão? O gol sofrido. Então, pergunto: por que o Cruzeiro não saiu jogando o que só jogou depois da derrota parcial? Porque, salvaguardadas as exceções, o ser humano é assim, precisa levar um tombo da escada para se dar conta de que havia o corrimão de segurança. Muitos só se lembram da “poupança” depois de falidos e sem nada na velhice. Outros só se lembram de estudar depois da reprovação nas provas… Sem falar nos que só depois do divórcio se dão conta de que ela ou ele não era tão ruim assim… Fazer alguma coisa só depois de cair o telhado é estultícia dos levianos para as ameaças da vida. Nascemos ouvindo que prevenir é melhor que remediar, achamos interessante, mas… Damos de ombros, mais das vezes. Cansei de ver e narrar jogos épicos no futebol, épicos depois que o favorito estava tomando 1×0… Por que só acordamos, mais das vezes, depois do temporal? Porque menosprezamos o guarda-chuva. Paspalhos.

BRASIL

Piada de circo? Um sinônimo de lei no Brasil? Acertaste, isso mesmo: papel higiênico. Dia destes, jogaram em Belo Horizonte Cruzeiro e Lanus, da Argentina, Copa Libertadores. Totalmente proibida a queima de “sinalizadores”, aqueles foguetes coloridos e fumaceiros. Proibidos? Foram queimadas centenas daqueles foguetes durante o jogo, torcida brasileira, é claro. E aí, alguém preso? Neste charco em que o Brasil foi deixado por seus “Poderes”, vale tudo. Cuidado, não brinquem com fogo, “Poderes”!

MUNDO

Vendo “Muy Loco”, um programa de viagens na TV Mundo Viagem, o sujeito estava na Tailândia e dizia que lá quem dirigir sem camisa é multado, e andar na rua nem se fala, o cara é “guinchado”… E aqui entre nós? Vejo, todos os dias, velhos de sunga ou sem camisa em supermercados de Florianópolis, tossindo, espirrando, bichados mesmo, sem nenhuma civilidade, danem-se os que estiverem por perto. E sem falar em mulheres quase nuas… – “Ah, mas é uma cidade praiana”! Credo, depois se queixam da sorte.

FALTA DIZER

Os exércitos militares só atravessaram os séculos em razão da severa disciplina. Sem disciplina seria uma orgia total e escandalosa. Essa “ordem” deve valer para o mercado empregador. Hoje os chamados jovens das gerações Millenials e “Z” pintam e bordam, fazem o que querem. Sem essa. Produtividade e disciplina ou olho da rua. Ué, gente!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.