O que seria de nós, como seria nossa vida sem as algemas do passado e as do futuro? As do passado prendem-nos no impossível de mudar, ninguém mexe no passado, e o futuro nos prende pelas expectativas, medos, inseguranças… Mas será mesmo que não se pode mexer no passado?
Há quem diga que “você está sempre livre para mudar de ideia e escolher um futuro ou um passado diferentes”. Instigante, provocativa a ideia. E pensando bem, plenamente aceitável, verdadeira. E tudo pela singela razão de que as coisas não são, ou não foram, o que são ou o que foram… Podemos mudá-las por uma nova percepção. Afinal, já conversamos sobre não serem as coisas o que parecem ser mas sempre serão o que delas fazemos. Quer dizer, temos sim o poder de mudar o passado, o que é uma graça.
Como se muda o passado? Reinterpretando-o. O que nos foi dito em ofensas pode ter sido dito num mau momento do agressor, um momento que por ele mais tarde foi muito doído… Quer dizer, sem saber, o ofensor nos pediu desculpas, roeu-se por dentro. Isso muda tudo, não muda?
Aquela demissão traumática provocada por um colega mau-caráter, imperdoável, não é mesmo? Não, se você entender que ninguém lhe puxa o tapete se você não der o tapete para ser puxado… O que fazem ou fizeram de nós tem muito a ver com o nosso comportamento, entender isso é atenuar muitos dos nossos tombos na vida e entender que os vilões que nos prejudicaram foram “nutridos” por nós, por nossa ingenuidade indesculpável, confiança indevida, pelas confidências que não deveríamos ter feito, por isso e por aquilo.
Nunca fomos os anjinhos que hoje pensamos ter sido… Se deixarmos de ver o limão que nos deram e a nossa burrice em não tê-lo transformado em limonada, problema nosso. Dá para mudar o passado, sim, reinterpretando-o. E com isso o futuro passa a ser menos assustador. E se temos poder para mexer no passado e no futuro, Santo Deus, do que não seremos capazes no Agora?
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