Quem procura acha? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

19/09/2024 - 07:09

No caso do amor, não, quem procura não acha, quem procura se engana. Muitas e muitas pessoas saem à noite um tanto sem vontade, mas como estão sem ninguém, isto é, sem um “amor”, saem. Vão dar uma volta, o que, na verdade, vão fazer é mesmo procurar algum amor. Amor procurado não é amor, é ou desespero ou grave equívoco. Quem não sabe que a predisposição altera a percepção? Sair de casa, sem pensar muito claro, mas no fundo desejando encontrar alguém, ah, vou encontrar. E por quê? Já disse, a predisposição para encontrar alguém que feche comigo vai produzir o equívoco de eu pensar que ela, aquela que está lá naquela mesa, é o amor que eu procurava. Aliás, dizendo isso, lembro-me de uma frase da minha caixa de sapatos, lotada de frases recortadas de jornais… Essa frase diz: – “Encontrar o amor, sem o procurar, é o único caminho para achá-lo”. Hoje já sou um pouco mais ranzinza diante dessa questão (só um pouco mais). Penso que ao encontrarmos alguém interessante, e esse interessante vai começar pelo tipo físico, é preciso pé no freio. Ouvir a pessoa, observá-la em pormenores que lhe vão revelar o caráter, a educação, o tipo, enfim, de pessoa que ela é, faz-se indispensável para que o erro futuro seja menor, ou mesmo evitado. Não é outra a razão do porquê de tantos casamentos fracassados, divórcios, pudera! Foram uniões apressadas, convenientes para um ou para ambos os lados, mas tudo alicerçado sobre a pressa e o equívoco no consórcio. A pressa é inimiga da perfeição, que vergonha ter que dizer isso que o Adão já dizia para a Eva no paraíso… Um exemplo infantil? A tartaruga se “arrasta” pela vida, diante dos outros bichos vaidosos, rápidos ou voadores, só que… A tartaruga vai longe na vida, chega a passar dos 100 anos… Já contei aqui, faz tempo, de um casal de amigos que tenho em Porto Alegre, um deles foi meu colega de jornalismo. Esse casal se conheceu num… Velório. Isso mesmo, os dois se viram pela primeira vez num velório de um amigo. Agora me diga, quem é que vai sair de casa para um velório ajeitando o cabelo para encontrar um possível amor? Amor não se procura, ele pinta do inesperado…

DITADO

Um velho ditado diz que – “Cada um dá o que tem”… Impossível contrariar. Como é que posso dar o que não tenho? Se esse ditado for colocado no plantão da nossa atenção, poucos vão escapar. Revelamo-nos por todos os poros, e descobrindo a outra pessoa por seus gestos e palavras, pelo que ela dá, poucos vão sobrar, haja vista, o que está acontecendo nas campanhas eleitorais, cada um dando o que tem. E o eleitor “dando” a qualidade do seu voto… S.O.S!

CALENDÁRIO

Do meu calendário cristão tirei ontem esta frase: – “As lágrimas nos revelam em nosso momento mais intenso. Permitamos que a família seja um porto seguro para as lágrimas. Deixemos que tragam o dom da cura, da paz e da intimidade”. Beberam? Por onde andam estes tipos de famílias? São tão raras quanto achar uma nota de 100…

FALTA DIZER

Jornal de São Paulo, manchete: – “Envelhecer perto da natureza faz bem ao cérebro”. E diz mais: viver próximo de área verde reduz velocidade de perda cognitiva, segundo estudo… E eu digo daqui: tolice infantil. O que faz galopar o envelhecimento do cérebro é a vida vazia, sem propósito, sem uma causa por que lutar, amar. Maioria absoluta dos idosos.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.