Não é por ser jornalista que sou enxerido, é um jeito de ser, mas nos casos de que agora vou falar é para o bem das pessoas. Toda vez, por exemplo, que converso com um jovem, ele ou ela, costumo perguntar: tens poupança?
Já ouvi respostas de todo tipo, as mais comuns são as de sempre: ainda não, mas vou pensar (vai coisa nenhuma…), ou então que ganham muito pouco. Ouvindo essas desculpas frias, vou ao ponto, deixando claro que é para o bem das pessoas.
Entro neste assunto, leitora, porque tenho lido repetidos economistas, pessoas de mercado, dizendo que o coronavírus veio para mudar muitas coisas entre nós. Acelerar muitas coisas, fica melhor. E o exemplo mais imediato é o dos empregos.
Quem estiver empregado que se agarre como puder, melhorando a qualificação, a postura ética, os engajamentos de toda sorte e, ainda assim, nenhuma garantia. Sempre foi assim, mas agora vai ficar pior.
Os mais velhos vão ser tirados do mercado num sopro, e as mulheres muito mais que os homens… Há muita gente jovem esperando vaga. Gente que aceita o salário que for… Os mais velhos que não tiverem poupança, algum investimento feito ao longo dos anos mais profícuos, vão se danar feio.
O mercado vai fechar portas contra os mais velhos, 45, 50 anos já serão vetustos bíblicos… A população mundial envelhece rapidamente e há uma visível queda de natalidade da classe média para cima.
Vale dizer, os jovens terão excepcionais oportunidades, desde, é claro, que tenham competência no trabalho e sejam éticos por todos os poros. E sabemos todos que há um profundo ranço, discriminação da pesada mesmo, contra os idosos, contra as “velhas”.
Quem não se preparar para esse novo mercado vai sofrer muito na velhice. Filhas, que são a melhor previdência privada dos pais, são poucas; e os filhos, os rapazes, só ajudam os pais por misericórdia divina, e olhe lá…
Pensar seriamente na velhice bem cedo e não achar que aos 40 anos a pessoa ainda está fulgurante para as vagas de empregos. Esse pensamento vai produzir escaldantes arrependimentos.
Que idade tens? 35, 40 anos? E estás achando que és jovem? Para a vida podes ser um bebê, não para o mercado de trabalho, que está acelerando o passo para envelhecer a todos bem cedo. Poupança e investimentos já, desatentos!
Surpresa
Entrei num supermercado e fui ao setor de hortigranjeiros. Uma mocinha fazia os pacotes dos fregueses. Escolhi as frutas, ela fez o pacote, entregou-me e disse: – “Muito obrigada, freguês, volte sempre”! Tremi.
Fui ao segundo andar do supermercado e contei para o dono, meu amigo. Ele me disse que tinha feito um treinamento para isso, com toda a equipe. E eu disse a ele que então só aquela mocinha tinha aprendido… Uma raridade nos atendimentos.
Chapéu
Cumprimentar com o chapéu alheio é uma beleza. É o que o governo está fazendo ao prorrogar, prorrogar e prorrogar (sim, três vezes) o arroxo salarial dos trabalhadores brasileiros, dos “trabalhadores”, eu disse.
Enquanto isso, multidões de mandriões não se coçam, trabalho para eles cansa, mas recebem auxílios emergenciais pagos com o suor dos trabalhadores ativos e sacrificados. Até quando? Eu sei até quando…
Falta dizer
Não é de hoje… Hubert Humprey, vice-presidente de Lyndon Johson (1936…) na presidência americana, dizia que – “É verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e devem estar bem representados”.
Esse discurso não serviria para Brasília? Povo (maioria) e eleitos (maioria), iguaizinhos…
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