Quando o governo gasta mais do que pode, a conta cai no colo de quem trabalha. É o cidadão comum que paga a fatura de decisões ruins, desperdício, corrupção e falta de planejamento. Parece distante, mas não é: o mau uso do dinheiro público aparece na vida real, no preço do combustível, no imposto que aumenta, na estrada esburacada e no hospital sem médico.
Hoje o Brasil tem uma dívida pública que já bate 77% de tudo o que o país produz. Isso significa que, de cada R$ 100 gerados pela economia, R$ 77 estão comprometidos com dívidas do governo. E boa parte do orçamento vai embora só para pagar juros — dinheiro que poderia estar em escolas, hospitais e obras de infraestrutura.
Enquanto isso, a carga tributária já está em 32% do PIB, o maior nível em mais de uma década. Ou seja: o governo arrecada cada vez mais, mas o cidadão não sente melhora na qualidade dos serviços. Paga muito e recebe pouco.
É o círculo vicioso de um país que gasta mal: primeiro o governo aumenta despesas, depois se endivida, depois precisa pegar dinheiro emprestado. Para pagar essa conta, ele eleva impostos. Os preços sobem, o poder de compra cai, e a economia perde fôlego. Quando o governo gasta sem responsabilidade, é o povo que paga
Um exemplo simples: imagine uma prefeitura que arrecada R$ 100 milhões por ano, mas gasta R$ 110 milhões. Ela pega empréstimos para cobrir o buraco e, no ano seguinte, já começa devendo. Parte da receita vai para juros, e sobra menos para asfalto, saúde e educação. Em pouco tempo, o cidadão começa a sentir o peso da má gestão no bolso e no dia a dia.
O problema é que, no setor público, a má gestão demora a aparecer. Mas quando aparece, o estrago é grande. Estradas sem manutenção, escolas sucateadas, hospitais lotados e obras paradas são o retrato de governos que gastam sem priorizar o essencial.
Dinheiro público é dinheiro do povo. E quem trata mal o dinheiro do povo não governa, apenas transfere o problema para as próximas gerações. O equilíbrio fiscal não é um capricho de economista, coisa de empresário: é um gesto de respeito com quem paga imposto, trabalha e sustenta o país.