Prevenção a desastres: de pauta emergencial à pauta permanente

Foto: divulgação

Por: Antídio Aleixo Lunelli

24/05/2024 - 14:05 - Atualizada em: 24/05/2024 - 14:42

O imensurável drama dos nossos vizinhos gaúchos parece estar longe do fim. E, em Santa Catarina, o alto volume das águas e a força dos estragos nas vias públicas, em algumas regiões, revelam aquilo que já sabemos: a necessidade de estratégias efetivas permanentes de prevenção para lidar com as mudanças climáticas que estão resultando em danos cada vez mais fortes, frequentes e implacáveis.

Os prejuízos são imensos. Os desastres ceifam vidas, destroem bens daqueles que já não possuíam muito, ameaçam a produção das empresas, os negócios que geram empregos, danificam a infraestrutura urbana, prejudicam a mobilidade e, consequentemente, elevam os custos de reparos e reconstrução.

Por isso cito a seguir algo que venho falando sempre: precisamos prevenir, – além de respeitar o meio ambiente. É uma tecla que precisamos bater sempre. Não existe preciosismo exagerado quando falamos em cuidar das pessoas e daquilo que é essencial para elas. O nome disso é gestão responsável, administração pública que serve verdadeiramente ao público, com pés no chão, olho nos números e visão de futuro.

E essa é também uma questão de responsabilidade fiscal. Dados do BNDS apontam que cada R$ 1,00 investido em prevenção pode economizar até R$ 15,00 na recuperação pós-desastres. Na minha concepção, trata-se de um importante dado que deve servir de base para a reavaliação de como a administração pública precisa pensar e agir. A reconstrução do Rio Grande do Sul, por exemplo, que é o caso mais triste e emblemático da atualidade, vem sendo estimada em R$ 200 bilhões. Segundo especialistas, a recuperação do estado levará uma década. Áreas como educação, agricultura, transportes e infraestrutura, estão entre as mais impactadas.

O que estamos presenciando em todo o mundo, e principalmente no Brasil, é que novos projetos de mitigação dos desastres naturais, que antes eram necessários, agora se tornaram urgentes. E neste momento de crise fiscal, causada pelos enormes estragos, os demais projetos que já se faziam urgentes, agora somam-se às novas demandas dos governos das localidades atingidas.

Quando fui prefeito de Jaraguá do Sul, uma das entregas do meu mandato foi justamente neste segmento: o Parque Linear Via Verde, que funciona como uma área de lazer e de mobilidade diariamente e, em tempos de cheia, serve como área de escape da água, dando vazão, reduzindo os estragos nas áreas habitáveis e de circulação dos jaraguaenses. Ao todo, com continuidade na atual administração, foram mais de 100 obras de prevenção.

Isso comprova que é mais sustentável prevenir do que reconstruir. Como gestores públicos, já sabemos o que fazer. Mas é necessário agir. Mas agir antes que as tragédias e desastres aconteçam, para que os estragos sejam minimizados. A pauta das mudanças climáticas e de prevenção aos desastres naturais passa agora a ser pauta permanente de qualquer governo. Pelo menos, isso é o que se espera.

 

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Antídio Aleixo Lunelli

Antídio Aleixo Lunelli é deputado estadual pelo MDB. Fundador do grupo Lunelli, foi prefeito de Jaraguá do Sul.