Presenteie-se!

Por: Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

23/12/2022 - 16:12 - Atualizada em: 23/12/2022 - 16:56

Nos últimos meses, as tensões do ano acumularam-se e o corpo e a mente pediram descanso. Sinto a importância de cultivarmos uma tranquilidade da alma, a fim de livrarmo-nos da presença diária da ansiedade… Até porque os compromissos de casa, trabalho, pedagógicos e relacionados às crianças não cessam. Viver em uma capital, numa rotina frenética, com enormes pressões, em meio ao trânsito caótico, demandas profissionais e às questões políticas e sociais têm sido uma baita peleja!

Como nos lembra Simone na canção: “Então, é Natal e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez…”. O interior começou a desacelerar e faz-se necessário dar vazão a isso! Como? O Teatro Mágico canta em “Outrora e Agora: A vida não é fácil, é faça.” Então, façamos.

Semeando a gratidão, a alegria, a intuição e a fé, afastando-nos de sentimentos de escassez e resistindo à necessidade de certezas. Além do mais, cultivar o espírito flexível, valorizar o lazer, as boas companhias e o descanso, dar espaço à criatividade, abraçar a vida com amor-próprio e ter convicção de que o próprio valor não se mede pela quantidade de likes e/ou amigos em uma dada rede social, mas pelas atitudes amorosas (silenciosas) realizadas ao longo da nossa existência é nossa lição de casa.

A vida vai passando e seguindo o seu fluxo e começo a perceber que temos de ter ciência e saber plantar onde a terra se apresenta fértil – quem planta maçã fugi ou gala necessita de clima frio e regiões altas ou não colherá fruto algum… Sabedoria, experiência, humildade, ação e gratidão são as chaves desse processo. A verdade é que a maioria das pessoas nunca está satisfeita; reclamando de não ter o que deseja e de não gostar do que já conquistou. E isso soa muito contraditório, já que poucos se alegram com o que conquistaram, e menos ainda valorizam o que “está à mão”. Talvez, compreender que a vida é repleta de desafios – um processo, cujo percurso requer dedicação, sabedoria, ousadia e resiliência – possa nos ajudar a passar por ela agindo e não reagindo a tudo o que chega. Assim, concentrarmo-nos no fazer e no para quem fazemos, atentando-nos à grandeza do que seja a nossa natureza, valorizando o que sabemos fazer com maestria, admirando e respeitando, também, o fazer do outro.

Desse modo, reconheceremos nosso perfil e características, bem como valores e princípios. Nesse ínterim, caminharemos no embalo desta existência e com fluidez, usando cada segundo e dia das nossas vidas extraindo o melhor de nós mesmos, certos de que estão em jogo os nossos sonhos e os dos outros. E até entrar no bamboleio da canção, juntando-nos à voz de Gal Costa e cantando pra vida: “Ô balancê, balancê, quero dançar com você”!
Sabe, gente, a vida pode apresentar-se bela, desde que consigamos ter um olhar acolhedor para nós mesmos e os que estão a nossa volta. Parece difícil, mas não deveria. Vamos tentar? Evitar lamentações, reclamações e exageros. Encantar-se de maneira simples com o mundo que se apresenta pra gente: deliciar-se com “o hoje, o agora”.

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