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Presente e futuro – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

19/03/2024 - 06:03

Acabei de ler uma manchete que dizia tudo em si mesma. Manchete cáustica. Ao ler a manchete, lembrei-me de três colegas jornalistas, três mulheres, jovens, conversa de corredor na empresa, faz alguns anos. Eu falava da importância de pensar no futuro, de não achar que o casamento é a salvação da vida delas. Negativo, queridas, casamento é loteria, melhor não apostar! Nessa conversa com as colegas sobre futuro, uma delas me disse, convicta: – “Ah, Prates, quem vive pensando no futuro não vive o presente”. Uma frase aparentemente sábia, mas… Pode-se viver muito bem o presente sem esquecer que o futuro vai chegar. Faço o meu melhor hoje e quando o “amanhã” chegar vou colher o que semeei pensando no futuro. A manchete de que falei dizia assim: – “Uma das maiores empresas do mundo anuncia demissão em massa”. Essa empresa é a Nike. Nada de surpreendente. Demissões sempre fizeram parte do jogo trabalhista para quem trabalha com carteira assinada, ademais… Hoje, diferente do passado, as empresas não seguram mais os funcionários por um tempo sem fim, nada disso. Por outro lado, os jovens que estão entrando no mercado de trabalho são regidos pelo Lazy Job, vale dizer, trabalho na moleza. Esses indolentes querem chegar ao topo do sucesso usando elevador. Para o sucesso não existe elevador, trouxas, só existem escadas. Esses indolentes precisam ser lembrados pelos pais de que o tempo passa, pensar no futuro não é neurose, é cautela. O etarismo está de plantão, qualquer desempregado acima dos 40 anos tem que dar a volta no quarteirão da vida para achar outro emprego. Pensar no futuro é ter, desde o primeiro momento no trabalho, um Plano B. Esse plano B é uma segunda carreira profissional, algo alinhado à personalidade e que quando necessário não traumatiza. Todos temos esse segundo talento dentro de nós, é pensar sobre ele, não desprezá-lo e regá-lo ao longo do tempo. Vai que… Ontem, ouvi de um famoso um desabafo que o estava sufocando. Ele fora chamado à direção da TV e pensou que se tratava de um novo projeto. Era sua demissão. Ele tem muito dinheiro, mas precisa agora ter um Plano B para seguir a vida, a vida não é só dinheiro.

REAÇÃO

Quanto mais conhecido o sobrenome do aluno, quanto mais os pais forem conhecidos ou metidos a alguma coisa aqui na cidade, mais os professores têm que bater na mesa contra as indisciplinas e falta de respeito. Aprontou em sala de aula? Pega o que é teu e some, já! Façam isso, professores, façam isso ou continuarão sendo mal-pagos e ofendidos. Que os pais irresponsáveis que não educam os filhos aprendam a educá-los, pais de “cio”. Maioria.

LÍNGUAS

Sou absolutamente a favor do aprendizado de um segundo idioma para as crianças, mas… Antes, os pais e os professores têm que bater na mesa pelos cuidados com a língua nativa, o português. Não agüento mais ver “metidos” nas redes sociais escrevendo “serveja” e não cerveja, coisas desse tipo. Falam errado, pronunciam errado, desconhecem o significado de incontáveis palavras, lêem de modo pobre, escrevem como a cara deles, enfim… É o que anda por aí em maioria. A língua nativa eleva ou abate as pessoas.

FALTA DIZER

Manchete – “Inovação é crucial para o sucesso nos negócios”. Para todos nós, então, afinal, somos produtores e vendedores. Produtores dos nossos talentos, qualificações, e vendedores desses produtos ao mercado empregador ou de qualquer tipo de trabalho. E será que nos renovamos? Raríssimos. E daí o soterramento coletivo.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.