Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Porões sujos – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

28/07/2025 - 08:07

Duas coisas muito fáceis de fazer, coisas que vão determinar a nossa felicidade ou a costumeira infelicidade. A estupenda maioria do povo sobre a Terra é de pessoas infelizes. Felicidade ou sentir-se bem, você sabe, depende de nós. Claro que há momentos de inevitáveis sofrimentos, mas não são a regra dos nossos cotidianos. Viver preocupado, ansioso, inseguro, por quê? Ora, porque esquecemos que estamos antecipando algo que, provavelmente, nunca vai acontecer. Aliás, há muito tempo os inteligentes sabem que – as coisas que mais tememos são, em geral, as que nunca acontecem. Observe o tempo que perdemos com o que pode não acontecer e que, pela teoria da probabilidade, não vai acontecer. Um horror. A pendenga maior é que muitos dos nossos sufocantes problemas estão dentro de nós, criados por nós, ou dependentes de nós para uma solução. E quantos vivemos procurando desculpas para justificar os nossos, a rigor, injustificáveis temores? Nem vou mais perder tempo falando das doenças que são criadas por nós, sem que disso nos demos conta. Venenos? Qualquer inquietação, preocupação, medo, ódio, frustrações, enfim, de qualquer sorte produzem doenças. Poucos acreditam nisso. Sem falar nos que se querem punir, de modo inconsciente, e produzem por comportamentos errados os males de que precisam para se punir. Dia destes ouvi uma médica num programa de televisão dizendo que toda vez que recebe um paciente em seu consultório, junto com as receitas habituais, ela “receita” voltar a estudar. Estudar, ler, inspirar-se em alguma coisa positiva, contrair esse hábito e transformá-lo num remédio, dizia a médica. Corretíssima. Quando nos entretemos com algo que nos tira dos habituais gemidos curamos o nosso corpo físico. O triste é que poucos acreditam nisso. Uma perna quebrada bem que pode ter sido conseqüência de um silencioso e assintomático desejo, mas… A coisa estava escondidinha nos porões sujos da cabeça do acidentado… Sujos sim, o que não presta empurramos lá para baixo, para os porões da consciência, aliás, essas verdades são as bases da terapia psicanalítica. Agora, fique claro, limpar um banheiro de rodoviária é muito mais fácil que limpar os porões da nossa cabeça. Nem o Papa escapa…

DESCUIDOS

As pessoas se recalcitram em comportamentos levianos, dão de ombros para conselhos magníficos e depois vão gemer sozinhas. A manchete se repete: – “A cada hora, 100 pessoas morrem de causas ligadas à solidão, afirma OMS”. E, pior, muitos desses solitários são idosos “esquecidos” pelos filhos. Filhos canalhas. Fazer amigos leais, ser amigo leal, é como fazer poupança financeira, lá adiante, quando o bicho vier pegar não vai pegar. Houve investimentos.

VIDA

Se ninguém quer morrer cedo, então tem que aceitar a velhice. Ouça esta outra manchete, jornal gaúcho: – “Como driblar o risco de depressão e isolamento social ao envelhecer”. Sobre ter pessoas por perto, já falei. A questão é não deixar a cabeça parar. Novos conhecimentos, um engajamento de qualquer tipo, uma arte, um propósito social, o que for, é muito melhor e saudável que ficar alienada a pessoa e só olhando a vida pela janela. Aí é encurtar o caminho…

FALTA DIZER

Acabo de ler no portal Metrópoles: – “Psicóloga explica por que mentimos no sexo”. Nem precisei ler, quem não sabe? A primeira razão é a pessoa não estar disposta ao sexo naquele momento. As mulheres podem fingir sem riscos, já os homens não há como enganar… Sexo é encenação em 99% das vezes… Os casados sabem bem disso e para não frustrar o outro fazem “teatro”. Uma “dor de cabeça” é ótima desculpa…

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.