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“Por quê?”

Por: Luiz Carlos Prates

11/01/2020 - 07:01 - Atualizada em: 13/01/2020 - 10:36

Mais um nome para os meus arquivos. Já digo de quem se trata. Antes, preciso dizer que num passado não muito distante eu tinha dificuldades de entender as dificuldades de certas pessoas.

Jovens, ou mais ou menos isso, famosas, ricas e, com frequência, bonitas, todavia, enrascadas emocionalmente. Vidas atribuladas, vícios, depressões, não raro, suicídios. Como entender?

Acabei de ler a história de uma dessas personagens, achei-a numa edição da revista Seleções. Trata-se de Nick… 40 anos, canadense, mas realizado nos Estados Unidos como jogador profissional de
hockey. Um dos grandes nomes da Liga Nacional Americana de Hockey.

Nick desabafou na entrevista: álcool, drogas, depressão e até pensamentos de morte. Fez muito dinheiro nesse esporte apreciadíssimo pelos americanos, viveu nas manchetes, mas a vida dele era um inferno.

Era? Agora, depois de uma oportuna psicoterapia, aparentemente recuperou-se… Digo aparentemente porque em questões emocionais não acredito em cura, é como o alcoolismo. O pessoal do AA diz que uma vez alcoólatra sempre alcoólatra. A questão é abster-se e prometer-se: Só por hoje. Só por hoje não vou beber. E amanhã se repete a promessa…

O Nick, jogador famoso do esporte americano, viveu o inferno. E a pergunta, Maria, é por que essas pessoas jovens, ricas, famosas, cortejadas, apreciadas, tudo, vivem mal? Por quê? Fui “adorador” da Amy Winehouse, a cantora britânica que “afundou” na vida aos 27 anos.

Por que, Maria? 27 anos, rica, famosa, talentosa, bonita, tudo… Por que a morte buscada? Não tenho mais dúvidas, são pessoas que, na verdade de suas verves existenciais não gostavam do que faziam,
não se sentiam bem e, acima de tudo, viviam vidas vazias.

É o que mais anda derrubando pessoas de todo tipo, vidas vazias, mas… Numa sociedade que cobra
de todos e por igual sucesso, “curtidas” infinitas, aplausos inúteis, ostentações e falsa felicidade, raros escapam.

No fundo, no fundo, muita gente que anda por aí com falsas estéticas, aparências de aparências, gostariam mesmo é de viver lá num sitiozinho cheio de galinhas no pátio.

Claro que vão dizer que não, óbvio que me vão chamar de louco… Contudo, os atos das pessoas as revelam, seus desatinos não são vazios, pelo contrário, são plenos de significados. Mas a vida moderna não deixa espaços: ou você vive fingindo ou você não existe. Seria isso, Nick?

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.