Pobres jovens é diferente de jovens pobres. Sou forçado a voltar ao assunto. É uma danação sair, dar uma volta, buscar um ar mais fresco e só dar de cara com maus exemplos, com adultos completamente fora da decência e dos bons exemplos. Dia destes, falei aqui de uma frase do escritor Rubem Braga. A frase que ele usou, como um artista das palavras, quando perguntado quem ele era. Rubem respondeu que ela era muitos. Uma frase artística? Pode ser, mas sem deixar de ser realidade. Todos nós somos o resumo de muitos exemplos ao longo de nossas vidas. O diacho é que estamos indo de mal a pior. Os nossos melhores exemplos deviam ser o pai e a mãe, nada mais edificante na vida que passar pelo “período de molde” com o alicerce dos bons exemplos familiares. Para quem não lembra, o período de molde, por que todos passamos, é aquele período que vai do nascimento da criança até aos seis anos, por aí. Nesse tempo, a criança não tem juízos de valor, ela simplesmente vê, ouve e internaliza, imita. Ocorre que as crianças não estão sozinhas nesse barco, nós, adultos, de igual modo estamos nele, afinal, quem não sabe que vida é um eterno aprendizado? O problema é que hoje os exemplos são chamados de “influencers”, gente vazia, ordinária, maus exemplos, isso sim. Os professores de hoje, salvo exceções, apenas passam conteúdos, muitos não têm conteúdos morais exemplares ou estão severamente proibidos de “educar”. Se os professores erguerem a voz contra um guri desatinado, um carente de educação familiar, o professor será levado à delegacia – “Ninguém vai erguer a voz contra o meu filho” – costumam dizer os pais cuecas-sujas. Quem somos nós? Somos muitos, queiramos ou não. E quem são esses muitos? Aí é que está o problema. No passado, os vovôs eram embusteiros teatrais, falsamente fiéis às vovós e fingiam ser severos educadores dos netos… E hoje, mudaram? Sim, para pior. O ser humano é uma parada torta, já ao nascer, mas… Pode ser alinhado a uma vida bem aceitável, desde que cercado de bons exemplos ao nascer. O pior de tudo é que há quem acredite que religião educa, quem diz isso nunca leu “vagarosamente” e pelas entrelinhas as safadezas que alicerçam as pregações “eternas”. S.O.S. já!
TEMPO
Gostaria de estudar inglês, mas… Não tenho tempo, dizem muitos. Os obstinados acham tempo para tudo. Além disso, 15 minutos por dia, de modo persistente, é bem melhor que estudar 2 horas num fim de semana. É a semente miudinha da persistência diária que nos leva ao sucesso, e não as pressões de má-vontade que nada produzem, senão aborrecimentos. Todo dia um pouquinho, seja do que for, produz sucesso na vida.
ALMAS
Muitos sonham com a alma gêmea para casar. Sonsos. As almas gêmeas vão se formando ao longo do tempo, com as vagarosas descobertas, com as afinadas e bilaterais renúncias, com os aconchegos, enfim, que vão produzindo alegrias em estar ela e ele lado a lado ao longo da jornada. O mais é ignorância, desejo de encontrar alguém pronto para nos fazer felizes. Casamento feliz é uma via em mão dupla, um esforço contínuo ou divórcio logo ali…
FALTA DIZER
O mundo tem cada vez mais gentalha. Leio que “Gaúchos da Geração Z preferem a hipergamia”. Hipergamia é procurar para casar pessoas com mais dinheiro, de classe “superior”, como se houvesse classe superior. Casar por dinheiro é coisa de gente ordinária, miserável. Sou gaúcho, gostaria de ver a cara dos “hipergâmicos”…