Picolés, sirvam-se! – Luiz Carlos Prates

Por: Ewaldo Willerding Neto

12/02/2024 - 07:02

Existe alguma honestidade que sejam ruim, danosa? É o que mais existe. Acabei de ler sobre uma pesquisa/teste e o resultado surpreendeu a muitos, não a mim. Macaco velho não cai de pau podre… Já conto da pesquisa; antes, preciso lembrar que a honestidade danosa, a que anda por todas as esquinas, é a honestidade de aparência. Maridos “fiéis” da boca para fora, mas verdadeiros campeões olímpicos de pular a cerca… Alunos “legais”, caras tidos por filhos honestos pelos pais, mas… “Coladores” em sala de aula e ladrõezinhos de estojos alheios… Políticos que enganam a torcida com suas pregadas religiões, ô, caras que põem a mão no fogo pelo povo, põem, é claro, quando a câmera da TV está ligada, religiosos estupradores, ladrões do dinheiro do povo, tudo por aí, soltinhos pelo mundo. Honestos de aparência. A pesquisa/teste de que falei foi feita em dois locais: Colégio Madre de Deus, em Recife, e Universidade de Brasília, DF. O teste, proposto pelos próprios alunos, foi colocar um balcão de picolés no pátio das escolas onde o pessoal podia se servir à vontade, era pegar o picolé e deixar numa caixinha os R$ 2,00 reais, valor de cada picolé. Ninguém para cobrar. Resultado? Num primeiro local foram colocados 312 picolés à venda, dos quais 197 foram pagos. Num segundo momento, 234 picolés foram disponibilizados, apenas 135 foram pagos. E por aí vai. Esse tipo de pesquisa já feito em muitos lugares, inclusive em Gramado, RS. Em Florianópolis, faz uns 15 anos isso, foram deixadas numa praça central cinco carteiras com alguns reais dentro e cartões de identidade com nomes, telefones e endereços para serem devolvidos num caso de extravio… Um teste de honestidade, uma prova dos noves… Só um achou e devolveu. Quer dizer, o povo, das crianças aos velhos, arrota alto uma honestidade pétrea, mas… São mentirosos de uma figa. E essa honestidade de aparência está em todos os lugares, e é óbvio que tudo começa dentro de casa e nem é preciso ir longe, basta atentarmos para os conflitos, as tretas e os despudores na hora da disputa por uma herança merreca deixada por alguém. Ou nem é preciso ir tão longe. Não é por outra razão que desde há muito se diz que as aparências enganam. Um “engravatado” pode ser pútrido, um sem-nada pode ser um santo, vai saber… Olho vivo!

ELES

Eles quem? Os bobões, muitíssimos que andam por aí. Manchete, jornal de Porto Alegre: – “Mercado da beleza se mantém forte e mira também o público masculino”. E numa dessas clínicas de beleza, a foto de um “bebezão”, corpo todo riscado, deitado e sendo submetido a uma sessão de criomodelagem. O parvo quer ficar bonitão. Ah, vai ler um livro, vai modelar a cabeça com o peso dos livros, leviano.

SILÊNCIO

Não falar do que tem que ser falado, criticado, é uma danação coletiva. Os pais não querem aborrecer os filhinhos, eles podem fazer o que quiserem, os professores foram silenciados pelos hipócritas (as direções medrosas, negocistas e sonsas não dão força aos professores) e aqui pelas esquinas só dissimulações e silêncio. Errado é errado e erros têm que ser punidos. Vale para todos, sem exceção. Ouviram, aí em Brasília?

FALTA DIZER

Um vagabundo que coloque câmera escondida num sanitário de mulheres ou quarto de hotel tem que pegar 40 anos de cadeia. Quarenta, eu disse. É uma loucura o que vagabundos andam fazendo contra mulheres e nada lhes acontece. E se um pai ou marido “reagir”, vão prendê-lo? Brasil sanitário!

 

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.