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Pessoas infelizes – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

16/02/2024 - 07:02

– “Ai, que saco, segunda-feira acabam minhas férias”. Frase muito ouvida por estes dias, mas… Que algumas pessoas me desculpem, tenho o mais profundo desprezo por quem diz isso. Essa pessoa é infeliz. É impossível ser feliz na vida sem ser feliz no trabalho. Já falei aqui da bobagem que inventaram, a “depressão pós-férias”. Depressão pós-férias? É outro sinal das pessoas infelizes. Engraçado, muitos dos desempregados suspiram por um emprego, conseguido o emprego falam em “burn out”, reclamam que por vezes têm que trabalhar no fim de semana, só reclamações. Esquecem que pior que ter que trabalhar num fim de semana é estar desempregado. E essa conversa de “depressão pós-férias” bem que pode ser evitada, que a pessoa peça demissão e fique em casa, coçando… Ou então que mude de trabalho, afinal, ninguém é obrigado a fazer o que faz. Encho os pulmões quando faço palestras em escolas dizendo aos jovens que sigam profissionalmente na vida o que lhes encanta, o de que gostam. Sim, precisamos de dinheiro, mas quando recebemos um salário num trabalho de que não gostamos, ganhemos o que ganharmos, seremos sempre mal pagos. O melhor salário da vida é a paixão, o “casamento” com o trabalho, casamento que de fato tem que ser por amor. Depressão pós-férias devia ser algo vergonhoso para uma pessoa dizer, afinal, só nos deprime na vida aquilo de que não gostamos. Já que os pais não falam disso em casa, que os professores o façam em sala de aula, digam alto e repetidamente: – Ei, molecada, não sigam uma carreira senão por amor, por entusiasmo, e não esqueçam que todos temos dentro de nós um talento, uma potencialidade para algum trabalho, arte, esporte, o que for, é achar essa pepita e pô-la no coração, jamais no “bolso”… Pobres dessas pessoas que estão gemendo porque as férias estão terminando, pessoas que vivem com o olho no calendário para saber do próximo feriado. O melhor dos feriados é o feriado trabalhado. Falando assim, alguém pode pensar que estou fazendo tipo, não estou. Nunca fiz na vida senão o de que gosto: rádio, jornal e tevê. E tive chances mil de encher os bolsos com propostas de todo tipo, a começar pelas tentações da política… Preferi fazer voto de pobreza e ser feliz.

MODOS

Um modo de fazer publicidade pode ser um erro formidável. Acabei de ler, outra vez, sobre a promoção de uma editora. A manchete promocional dizia assim: – “Os 25 livros essenciais da literatura universal para ler antes de morrer”. Imagine um sujeito comprando esses 25 livros, quando ele estiver lendo o livro 24 tem que se preparar, após a leitura do livro 25 ele vai morrer… Burrice pura. E se dizem editores…

TAPEAÇÃO

Ligo o rádio e um repórter “desavisado”, coitado, dizendo que nove milhões de pessoa estiveram no carnaval da Bahia. Nem na Torre Eiffel isso é possível. O que acontece é a repetição de pessoas, as mesmas pessoas de um dia para outro. Somar as mesmas pessoas em dias diferentes é trapaça, mas sei bem quem faz isso: os mentirosos “oficiais” para enganar e obter vantagens a partir das enganações, querem faturar mais. Nove milhões, contem para a mãe Joana!

FALTA DIZER

Conversei com três bombeiros militares que trabalham na segurança de praias em Florianópolis. Perguntei-lhes sobre o pior dos problemas, o mais repetido. Foram uníssonos: A falta de respeito. Sei bem. Idiotas prepotentes que não cuidam dos filhos, que não respeitam a bandeira vermelha, que ligam som alto… Vagabundos. Depois “esperam” ajuda…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.