Definitivamente, o MDB não toma jeito. O nacional todo mundo já sabe que é um caso perdido. Seus métodos são sobejamente conhecidos, o modus operandi do velho MDB de guerra. Como se observava em relação ao PFL entre as décadas de 80 e 90, quando a Frente Liberal estava sempre no poder. Eram “perseguidos pelo poder.” Quem assumiu esse papel de forma mais aperfeiçoada foi o Manda Brasa. Logo na sequência da era dourada do PFL. Foi assim com Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva, Dilma, Michel Temer, Bolsonaro e agora novamente com Lula. O MDB esteve em todos os governos! E agora estão com Simone Tebet no Planejamento, com Renan Calheiros Filho nos Transportes e com Jader Barbalho Filho, deputado federal, na pasta das Cidades. Ele é irmão de Helder Barbalho, governador reeleito do Pará. Os dois são filhos do senador Jader Barbalho. É uma verdadeira dinastia. O curioso é que a seção Barriga Verde do partido andava mais preservada, reservada, recatada. Parece que resolveu caminhar nas pegadas do fisiologismo federal. Sem o menor pudor. Parceria O que causa estranheza enquanto o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, entregou a proa da sigla no estado ao amigo e deputado federal reeleito (o único que renovou o mandato no MDB-SC), Carlos Chiodini. Oxigenação Ele assumiu após a saída de cena de Celso Maldaner, que disputou o Senado em 2022, ficando em quinto lugar, resultado que o levou a entregar o comando do partido e sair da vida pública. Uma das justificativas era dar uma oxigenada, uma renovada no comando partidário. Definhando O Manda Brasa catarinense vem perdendo consistência. Nas duas últimas eleições nem chegou ao segundo turno na corrida ao governo. Em 2018, Mauro Mariani conseguiu a proeza de chegar em terceiro lugar. Sina No ano passado, os emedebistas apoiaram Moisés, o governador, que não chegou ao segundo turno da disputa. Expectativa Com relação a Carlos Chiodini, que é um ótimo quadro, esperava-se que assumisse para dar realmente uma chacoalhada no seio do partido. Há inclusive convenções municipais marcadas para o fim da primeira quinzena de abril no Estado. Cavalo de pau Curiosamente, Chiodini deu recente declaração que o MDB espera ser contemplado com espaços federais em Santa Catarina. Cobiça A começar pela superintendência do DNIT, que terá orçamento vitaminado no governo Lula, do PT. Fisiologismo Ocorre que o Manda Brasa já emplacou o deputado Jerry Comper na poderosa Secretaria de Infraestrutura do governo Jorginho Mello, filiado ao PL e eleito na onda Bolsonaro 2 do ano passado. Ou seja, a sigla está com um pé em cada canoa em projetos de partidos antagônicos e que polarizaram a eleição de 2022. Biruta de aeroporto Aí fica difícil de entender aonde o MDB pretende chegar. O pior de tudo é ver que uma figura que não tem votos, já há muito tempo, Eduardo Moreira, posando de protagonista. Passado remoto Não custa lembrar que ele se elegeu duas vezes deputado federal e em 1992 ganhou a prefeitura de Criciúma às custas do apoio do cunhado, o empresário Realdo Gugliemi, que não está mais entre nós. Foram as três únicas eleições de Moreira. Na sombra Depois disso, Moreira foi só vice. Ele até tentou voltar à prefeitura da maior cidade do Sul em 2000 e perdeu para Décio Góes, do PT. E agora o cidadão quer voltar a Criciúma, assumir o partido e ser candidato a prefeito novamente. Aos 75 anos! Essa é a renovação, a oxigenação? Convenhamos.