Em tempos de inflação persistente e crédito fácil, a iniciativa do Procon em parceria com a CDL de Jaraguá do Sul surge como um alento para consumidores asfixiados pelas dívidas. A ação, que auxilia na renegociação de débitos e na educação financeira, embora seja uma medida paliativa, é um passo essencial para evitar que famílias sucumbam ao ciclo do endividamento crônico. A inflação alta sempre corrói o poder de compra, obrigando muitos a recorrerem a empréstimos e cartões de crédito para cobrir despesas básicas. O problema é que o crédito, embora necessário, tornou-se uma faca de dois gumes. Bancos e financeiras, ávidos por lucros, ampliaram a oferta de linhas de crédito com juros abusivos, muitas vezes sem a devida transparência. O resultado? Milhares de brasileiros encurralados em dívidas impagáveis, com nomes negativados e sonhos adiados. Jaraguá não se isenta dessa realidade. Nesse cenário, a parceria entre Procon e CDL é exemplar. Ao mediar acordos entre consumidores e comerciantes, a iniciativa não só alivia as contas no presente, mas também conscientiza sobre o uso responsável do crédito. É uma lição importante: renegociar é melhor do que inadimplentar, e planejar é preferível a remediar. No entanto, ações pontuais, por mais meritórias que sejam, não resolvem o problema estrutural. É preciso que o governo e o sistema financeiro atuem para frear os juros extorsivos e regulamentar práticas predatórias. Enquanto isso, iniciativas como a de Jaraguá do Sul mostram que, com boa vontade e cooperação, é possível ajudar o consumidor a sair do vermelho, e ensinando a não voltar. O caminho para a saúde financeira das famílias exige educação, controle e políticas que priorizem o cidadão, não o lucro a qualquer custo. Essa é uma lição que todos, de consumidores a bancos e governo precisam aprender. Um consumidor ou uma empresa falida financeiramente, impactam direta e indiretamente, toda a sociedade.