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Os olhos do coração – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

18/10/2025 - 07:10

Vou ser bem sincero, não gosto de ouvir sobre casais se divorciando. Num divórcio, dificilmente os dois saem numa boa, pode que aparentemente haja, sim, um acordo muito pacífico e o divórcio seja uma boa para os dois lados. Para mim, sempre fica a dúvida: quem estará sofrendo, ele ou ela? Já conto sobre o que me traz a esta conversa. Antes, uma pergunta: dinheiro “compra” casamentos? Sem dúvida, é o que mais se vê, especialmente no mundo “artístico”. Dinheiro “compra” casamentos, mas não compra amor, e não havendo amor não haverá casamento. Agora entro no assunto. Remexendo meus arquivos (páginas e recortes de jornais), reencontrei uma manchete bem “idosa”. A manchete é do extinto Diário Catarinense, ano de 1994, onde tive colunas por muitos anos. A manchete era esta: – “Quando falta dinheiro, os casamentos acabam”. E no texto havia a declaração de um magistrado de uma Vara da Família, de São Paulo. Ele dizia que – “Minha constatação é de que em tempos de crises financeiras a família é duramente atingida. As dificuldades financeiras acabam por gerar tensão e desarmonia no lar”. Sei muito bem o que é não ter dinheiro em muitos momentos da vida conjugal, em ter que dar voltas no quarteirão e penhorar as alianças de casamento na Caixa Econômica Federal, mas… Nada suficiente para acabar com o casamento. Casamento é mais que ter ou não ter dinheiro, é consciência das dificuldades, lutas para superação e… Mãos dadas no amor que não se alicerça no saldo bancário. Casamento não é arena política, onde os safados, mas eleitos pelo povo, diante de um novo projeto de lei fazem logo a pergunta: e qual é o meu nisso aí…? Quando um jovem me pergunta se está indo certo ou não diante de um próximo vestibular, devolvo a pergunta: gostas, amas o que pretendes fazer? Se houver olhos lançados para cima, ah, desiste, meu amigo! Vai procurar o teu “amor” na arena dos trabalhos. São infinitas as possibilidades, mas o acerto estará sempre garantido se o trabalho for escolhido por amor. Se vale para o trabalho, não vai valer para o amor no casamento? A vida não é outra coisa senão uma escolha atrás da outra. Quem menos errar mais longe irá. E os olhos do acerto é o coração.

VIDAS

Quando nos interessamos por alguém, seja pela razão que for, conseguimos “ler” o que essa pessoa está vivendo sem que ela nos diga nada. Nosso interesse honesto por pessoas nos faz compreendê-las, entendê-las sem que elas percebam isso. E assim, podemos ajudá-las sem que elas nos peçam ajuda. Não entendo, senão por isolamento social das “vítimas”, os tantos repetidos suicídios entre os jovens de hoje. Famílias e amigos precisam acender a luz amarela da atenção…

ENGANOS

Para muitos um paradoxo, para mim uma obviedade. Explico. Nunca como hoje as pessoas puderam fazer “amigos”, conhecer pessoas e tornarem-se conhecidas. As redes sociais estão aí para justificar os desesperos coletivos… Desespero. As pessoas no silêncio delas mesmas sabem que estão sozinhas na vida, os “seguidores” não lhes emprestam um livro que seja, e atender e socorrer na hora das necessidades, jamais. A solidão está derrubando florestas humanas…

FALTA DIZER

Uma amiga, obstinada pela educação da filha, a guriazinha tem um ano, dá à criança, junto com qualquer presentinho, um livro. Claro que a menina não lê, é muito pequenina, mas… Começa a conviver com o mais robusto dos futuros amigos. Essa mãe vale ouro, perdão, essa mãe vale páginas…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.