Mobilização em Copacabana, domingo, foi representativa. Indiscutivelmente. O ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiu reunir, novamente, milhares de pessoas na presença de deputados, senadores e prefeitos.

O público, é bem verdade, representou 10% daquele que marcou presença na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro. Mas é um público que não se pode desprezar. Principalmente ao fazer-se um paralelo com o público reunido pelo PT, por Lula, pela companheirada.

Os vermelhos, na Paulista, tentaram uma mobilização contra Bolsonaro, contra isso e aquilo. Não reuniram 1 mil pessoas. Isso significa que a canhotada não perdeu apenas a exclusividade das mobilizações como também a capacidade de levar povo pras ruas.

Bolsonaro, enquanto vai fazendo esses eventos, leva ao constrangimento o governo e o STF, especialmente na figura do imperador Alexandre de Moraes. Ao lado de Lula, ele foi o grande “homenageado” nos discursos de domingo em Copacabana, com destaque, evidentemente, para a manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro e a do pastor Silas Malafaia.

Aliás, não apenas na Paulista, em Copacabana, mas por onde Bolsonaro passa, ele arrasta multidões. E as emissoras de televisão e os jornais, em sua esmagadora maioria, não dá para generalizar, ignoram, como ignoraram o evento de domingo.

 

Público restrito

Emissoras de canal fechado já deram um passo atrás. Se reposicionaram. Ainda mais num país onde o estado de direito está sendo preservado, bem como as liberdades individuais. Deixando a ironia de lado, evidentemente, o que a gente observa? É mais pressão.

 

Força internacional

Bolsonaro aproveitou para navegar na onda de Elon Musk. Vamos ser bem sinceros e transparentes. O megaempresário sul-africano, residente hoje nos Estados Unidos, não está fazendo isso só porque gosta do Brasil, porque passou a lua-de-mel por aqui, porque tem alguns negócios em território nacional.

 

Escolha

O porquê ele está sendo um defensor das liberdades? Isso faz parte de uma engrenagem maior, muito mais ampliada e tem a ver, claro, com as eleições norte-americanas em novembro deste ano.

 

Digitais

Na medida em que Musk levanta esse assunto e coloca contra a parede o Supremo, ele também empareda Alexandre de Moraes. Ele já sinaliza também para os Estados Unidos, onde não poderão fazer o que foi feito e continua sendo feito por aqui, com a condescendência de seus concorrentes como o Google, a Meta e o Tik Tok.

 

Coniventes

Sim, porque as demais empresas se submeteram aos ditames arbitrários e autoritários de Alexandre de Moraes, do TSE e do Supremo. O X/Twitter reagiu. Muita coisa ainda vai aparecer e há muita água para rolar por debaixo da ponte.

 

Na foto

No contexto catarinense, mais uma vez a presença do governador Jorginho Mello, que já esteve na Paulista. Assim como Tarcísio de Freitas. Mas apenas os dois governadores, Tarcísio e Jorginho, marcaram presença em ambos os eventos.

 

Ausentes

Dessa vez, Romeu Zema, de Minas, e Ronaldo Caiado, de Goiás, não compareceram, mas lá estava o anfitrião do dia, Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro. Sem falar em uma série de deputados, inclusive catarinenses, e o senador Jorge Seif, o único agora na linha de tiro de Moraes, uma vez que Sérgio Moro foi absolvido no TRE do Paraná.

 

Maioria

Nunca é demais lembrar que o ministro André Mendonça, indicado por Bolsonaro, passará a integrar o TSE no segundo semestre. Alexandre de Moraes pode ficar em minoria na corte eleitoral, ainda presidida por ele. O julgamento de Sérgio Moro na corte superior será apenas no segundo semestre.

 

Troca

Em junho, sai Alexandre de Moraes do TSE e entra Mendonça. Por isso, agora a grande incógnita é saber como Moraes vai se comportar no que diz respeito ao catarinense Jorge Seif.

 

Dúvidas

Porque esse julgamento deverá ocorrer, na pior das hipóteses, em maio. Portanto, um mês antes do desembarque de Alexandre do TSE. Ele irá para o enfrentamento, até considerando os discursos deste domingo? Ou ele vai distensionar, atendendo aos apelos de Tarcísio de Freitas?

 

Risco

Outro aspecto. Alexandre corre o risco de perder por 4 a 3 no pleno do TSE se a ministra Carmen Lúcia resolver absolver Jorge Seif no voto de desempate. Enfim, são incógnitas que estão no ar, mas nos próximos dias vamos ter ideia de como isso tudo vai se desenhar. Até porque já falamos aqui, a eventual cassação de Jorge Seif poderá se constituir no ingrediente a mais nas eleições municipais deste ano. Fortalecendo o PL em Santa Catarina.