Já contei essa história, faz tempo, vou recontá-la. Um pai tinha uma pequena lojinha para vender cachorro-quente. Vendia e conseguia manter a família, mas não queria que o filho o seguisse nos negócios, queria ver o filho doutor. Juntou o que podia e mandou o filho para estudar Economia em Harvard, EUA. O filho foi, estudou, formou-se doutor em Economia e voltou para casa. Quando o jovem chegou à cidade notou que em quase todas as esquinas havia uma placa luminosa anunciando a lojinha de cachorro-quente do pai. O jovem “doutor” ficou intrigado: Mas como? Quando o jovem reencontrou o pai foi uma alegria daquelas, mas tiveram que esperar alguns minutos para os abraços de saudade entre um e outro. É que havia muita gente aguardando por um cachorro-quente. E o pai ligando o telefone para uma fábrica de salsichas, pedindo mais e mais salsichas. Passado alguns minutos, o filho pôde finalmente falar mais calmamente com o pai, e o interpelou: – “Pai, tu estás gastando muito dinheiro com placas publicitárias, com iluminação, estás pedindo salsichas em muita quantidade, tu não sabes que estamos passando por uma grande crise econômica? – “Pô, pai, gasta menos com placas publicitária, com iluminação, com salsichas, estou dizendo isso para o teu bem…”! O pai ouviu o filho, “doutor” em Economia, formado em Harvard, e seguiu o conselho do filho, afinal, a Economia ia de mal a pior… O pai desligou as lâmpadas das placas publicitárias, diminuiu a quantidade de salsichas que ele encomendava e… Passados alguns dias, de fato, começou a vender menos, a ter prejuízos e a chegar à falência. Sim, mas por que o pai/negociante ia muito bem até o retorno do filho, afinal, a Economia, segundo o filho, já estava ruim há bom tempo? Ocorre que o pai mal conseguia ver, tinha problemas nos olhos, e tinha problemas auditivos. Com essas duas “deficiências” o pai não lia, desconhecia fatos sobre a Economia, e ouvindo mal não escutava as notícias. O pai/negociante fazia o que ela achava que devia fazer e tudo dava certo… Dava certo porque o cidadão não ouvia e não lia, isto é, não ficava sabendo do que estava acontecendo, tocava seu negócio com entusiasmo e tudo dava certo, malgrado a crise. A lição serve para nós? Parar e pensar…
ASSUNTOS
Já me disseram muitas vezes – Ah, Prates, com tantos assuntos sérios por aí e tu perdes tempo com bobagens…! Bobagens? Será que esta manchete é bobagem? – “Enfermeira que fazia procedimentos estéticos – remodelação de glúteos – foi presa no Pará”. Deixo a enfermeira como questão secundária, mas uma mulher sair de casa para embelezar a bunda, me diga se tem cabimento? Tem, para as levianas têm. Quem faz isso, aposto, aceita marido “machão”, é uma pobre coitada.
PODCAST
E o que dizer de “podcasts” realizados por guris, pouca idade, entrevistando outros guris e só dizendo bobagens? Será que os pais não sabem? Claro que sabem e incentivam. Tudo para que os filhos ganhem “fama” e seguidores. E quando é que esses bobões vão organizar “clubes de leitura”? Quando é que vão descobrir que só poderão crescer com idéias, com conhecimentos diversificados e bem assentados, quando? – Ah, sei a culpa é do professor e não dos papais! Perdidos!
FALTA DIZER
Existem escolas em São Paulo que dão aulas trilingues: português, inglês e francês. Frescura pura. Que dêem aulas em português bem dado, isso sim. O resto que fique por conta dos motivados por alguma razão a estudar outros idiomas. Usam iscas para pais trouxas.