A recente divulgação da Prefeitura Municipal, sobre os imóveis tombados e restaurados em Jaraguá do Sul, lança luz sobre um tema crucial: a preservação do patrimônio histórico como pilar da identidade cultural e da memória coletiva, algo visto com relativo ceticismo por nossa sociedade, diga-se de passagem. As nove restaurações realizadas entre 2023 e 2024 com recursos próprios, mas com aprovação e assessoria técnica da Prefeitura, evidenciam um novo olhar sobre a valorização do nosso passado. Os projetos mostram, em sua essência, que cuidar do patrimônio é também cuidar de quem somos enquanto comunidade. Por isso, preservar bens históricos transcende o ato de manter estruturas físicas. Trata-se de cultivar o significativo valor imaterial que essas edificações carregam. Elas não são apenas construções, mas, símbolos da memória, histórias contadas em tijolos, paredes e telhados, testemunhos silenciosos de eventos que moldaram nossa sociedade. Cada imóvel restaurado é um fragmento de um mosaico cultural que, quando completo, oferece à comunidade um fortalecimento do senso de pertença e continuidade. A propósito, a educação patrimonial é um passo essencial nesse processo. Mais do que entender a importância histórica de imóveis antigos, é necessário que a sociedade se conscientize de que esses espaços têm um valor intangível, ou seja, eles nos conectam a gerações passadas, nos ajudam a entender nossas origens e inspiram a preservação de legados para o futuro. Cabe ressaltar, outrossim, que preservar o patrimônio histórico não é responsabilidade exclusiva do poder público ou dos proprietários. A participação da sociedade é fundamental. É preciso enxergar o patrimônio como parte integrante de nossa vivência cotidiana e, ao mesmo tempo, como legado para as gerações futuras. Afinal, uma sociedade que valoriza sua memória constrói um futuro mais consciente de sua identidade. Enfim, quando há articulação entre gestão pública, proprietários e comunidade, o patrimônio histórico deixa de ser um fardo e passa a ser um símbolo de orgulho e união. Preservá-lo é preservar quem somos. E esse, sem dúvida, é o maior investimento que podemos fazer.