Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

O universo do amor – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

29/10/2025 - 07:10

Quando saímos de nós mesmos vivemos melhor. E o que é sair de nós mesmos? É ter um propósito na vida, ter um trabalho, uma arte, algo que nos faça pensar nessas ações e nelas nos realizar. Vi há pouco cenas e sons que me fizeram despistar as lágrimas diante dos amigos. Um desses amigos, numa pequena reunião familiar, mostrou-me cenas da vivência de uma mulher, idosa, mas plenamente realizada no seu “trabalho”. Como as imagens me foram passadas de modo rápido, ao meio do barulho dos amigos, não fiquei com o nome da mulher nem do lugar onde tudo aconteceu, mas isso é secundário. O que vale são os fatos, as imagens. Tudo aconteceu lá longe, num zoológico veterinário, onde animais abandonados ou feridos são cuidados. A história que me foi mostrada contava de um gorila, um baita gorila que um dia foi achado muito ferido numa floresta. Achado, ele foi levado para o zoológico veterinário. Foi recebido e tratado por essa senhora de que falei, uma cuidadora de animais, bem idosa. O gorila e ela conviveram por muito tempo, ela cuidando do gorila como se cuidasse de um filho. Passado o tempo, chegou o momento de o gorila ser levado de volta à selva. Foi armado todo um rito de devolução do macaco à selva. Chegados ao local de soltura do gorila, ele saiu do caixote em que foi levado, andou alguns metros em direção à selva, parou e voltou… Voltou, chegou bem perto da sua cuidadora idosa e deu nela um abraço que nem nos filmes de amor nós vemos. Santo Deus, que abraço! Dizer que aquele abraço não era o resumo de um imenso processo de reconhecimento e gratidão é desprezar o caráter dos bichos. Que abraço, meu Deus! Impossível ver aquilo e não chorar. Dado o abraço, afetivo, lá seu foi o gorila para o meio do mato. E a história terminava contando que um ano mais tarde a cuidadora do gorila faleceu. Eu imagino o que o gorila não faria se ficasse sabendo da passagem de sua cuidadora, de sua mãe-humana. Fico pensando, será que aquela senhora, falecida aos 91 anos, não vivia fora dela? Claro que vivia, vivia no amor pelos bichos. E esse tipo de amor não se extingue ao final da vida, ele entra nos céus do universo do amor.

HORROR

Reportagem de um jornal paulista contando dos sem-número de maridos que ao descobrir que mulher tem câncer de mama vão embora. Acham uma desculpa, os canalhas, e somem. E se fossem eles os doentes? Será que não contariam com sua melhor enfermeira, a esposa? E são esses tipos de homens que depois de abandonarem a família, velhos, voltam para pedir ajudas e buscar reconciliação. Safados e descarados.

ASSOBIO

Ontem fui para o centro em Florianópolis, fui de carona com um vizinho. O trânsito estava pior que no dia do Juízo Final, mas… O meu amigo ficou o tempo todo ouvindo música e assobiando. Perguntei se ele não ficava irritado com aquele trânsito e ele me disse, sem piscar: – “Ah, fazer o quê? O negócio é se distrair”! Serviu para mim como uma carapuça. De fato, as coisas não são o que são, são o que fazemos delas…

FALTA DIZER

Todos queremos ter sorte na vida, mas para ter “sorte” é preciso agir, ser ousado. Claro, tudo dentro das medidas do correto. Ficar sentado, “rezando”, mas não se mexendo, os dias melhores não chegarão. Os dias melhores nós criamos, com ações…

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.