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O trabalho é a pessoa – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

08/10/2024 - 07:10

Hoje é assim, um sujeito diz alguma coisa e dias depois volta para dizer que não disse o que disse. Tenho na minha caixa de frases uma frase instigante, foi dita por um muito conhecido chargista. Não lhe vou dizer o nome, ele poderia voltar para dizer que não disse a besteira que disse. A frase é esta: – “Odeio quando um bilionário diz que chegou lá porque trabalhou duro, porque você sabe que o jardineiro e a empregada dele estão trabalhando duas vezes mais…”! Bobão. Trabalhar duro na vida não é exatamente levantar sacos de cimento. O sujeito pode fazer isso sorrindo, está construindo a casa dele, tudo vai depender do ponto de vista pessoal, de como a pessoa vê o “peso” do seu trabalho. No caso dos ricos, é claro que houve muito suor e noites sem dormir para que eles chegassem aonde chegaram. Estou falando dos honestos, os outros são casos de polícia. Vou dar um exemplo pessoal, ainda que não se deva fazer isso. Trabalhei e trabalho duro, muito duro até hoje. Passei muitos anos sem saber o que era fim de semana, senão dentro dos estádios ou viajando para narrar futebol. Sempre esfregando as mãos, ah, que bom…! E fazia isso pelo salário? Jamais, fazia pela gana de narrar jogos, de gostar do que faço. E é por isso que prego aos jovens, nas escolas e dentro de empresas, em palestras: Escolham um trabalho que feche com suas personalidades, gostem desse trabalho e… Nunca vão precisar trabalhar, afinal quem trabalha por prazer não trabalha, vive, vive feliz… E para ficar rico o roteiro é sempre muito parecido: entrar na rota do que gostamos, incansáveis, buscar saber sempre mais e mais, conhecer bem o mercado em que estamos metendo os pés e suar, suar, suar, até cansar. Vai dar certo. E se alguém vier dizer que isso não é trabalhar duro mandar esse alguém ao devido lugar, despeitado! Ah, e não esquecer que ninguém nos obriga a dar duro em trabalho nenhum, essa decisão é nossa…

TEMPO

Quando é que uma pessoa se torna “velha”? Vivemos sob a ditadura do calendário, dos anos vividos, só que… É possível rasgar o calendário e viver no aqui e agora. Tudo o que for bem-feito hoje ressoará no amanhã, que outra coisa não será senão o hoje daquele momento. Ser velho é um ponto de vista. Quem decide é a pessoa, mas essa decisão exige um rompimento com inquietações alojadas num incerto futuro. Tudo, aqui e agora ou… velhice e inquietações.

PASSADO

Dia destes ouvi um sujeito se queixando de que fez pouco, não deu o carinho que devia ter dado à mãe falecida. O sujeito contou que nunca deixou faltar nada à mãe, sempre fez o melhor que podia, mas não deu os tantos beijos que devia ter dado. Adianta esse remorso? Ele é muito comum, fizemos o nosso melhor, mas ficamos imaginando que devíamos ter feito mais. Esse tipo de pensamento também é amor, e a pessoa “do outro lado” sabe disso.

FALTA DIZER

Entrevista dela num jornal de São Paulo… A mulher, 52 anos, contava que estava na Faculdade de Enfermagem, o sonho dela. Não pode fazer o curso antes porque casou cedo e precisava ser dona de casa e cuidar dos filhos… O marido deu no pé, ela esperou até o crescer dos filhos para poder realizar o sonho dela. Mais uma… Até quando as mulheres vão manter essa “corda” no pescoço? E eles? Sempre mandando…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.