Vou contar um fato, uma história muito comum. Começo dizendo que uma pessoa precisa ser muito desajustada para pensar que suas ações ao longo da vida não terão um preço. Um preço ajustado pelo justiceiro implacável, o tempo. A história que vou contar voltou-me à lembrança em razão de eu ter encontrado, acidentalmente, dia destes, um velho conhecido. Esse cidadão, conversa vai, conversa vem, me contou de um parente dele, sujeito bem posicionado na vida. Contou-me que esse parente um dia fez uns cafunés no filho de cinco anos, disse a ele que iria à padaria da esquina e já voltaria. Nunca mais voltou. Em poucas horas a família que foi deixada para trás ficou sabendo de tudo. O “papai” estava com outra mulher, com quem já andava há bom tempo, e não queria mais retornar à esposa e ao filho. Os abandonados engoliram em seco. O tempo passou. Anos e anos mais tarde, agora, faz pouco, velho e cheio de problemas, o “paizinho” ligou para o filho, aquele dos cafunés antes de ser abandonado, e pediu ajuda. O filho está muito bem de vida e nem piscou, ajudou. Em resumo, a história. Muito comuns histórias desse tipo. Mas raramente mulheres fazem isso. Os homens pintam e bordam nessa área. Fico pensando. Uma pessoa tem que ter chulé na cabeça para fazer uma estupidez dessas sem nem de longe imaginar que a vida, o tempo, vai cobrar a conta. Ah, vai! Vai cobrar com remorsos ácidos, tão ácidos a produzir doenças incuráveis. Isso sem falar que pode cobrar fazendo o bandoleiro voltar para pedir ajuda aos um dia abandonados. Quem duvida dessa hipótese é um atolado mental. Tudo na vida tem preço. E quando alguém ajuda, faz esforço para ajudar, seja a quem for, não precisa esperar agradecimento, a pessoa é uma virtuosa da vida. A pessoa que ajudou vai deitar e dormir; a ingrata, a que foi ajudada e esqueceu da ajuda, vai viver no fogareiro das inquietações. Pode até parecer que não, mas as leis silenciosas da vida, o tempo, o punidor implacável, cobra suas taxas, ah, cobra! Infelizmente o que está na moda é a irresponsabilidade, o sair batendo a porta e partir para outra, para outra traição, danação, safadeza, o diabo. Mas que os delinquentes não esqueçam, o tempo é punidor implacável.
PRESENTES
Sou contra presente “acertado”, combinado entre quem vai dar e quem vai receber. Uma coisa é chegar com um presente “fora de hora”, outra é numa data especial, aniversário da pessoa, Natal, por aí, haver uma combinação para evitar equívocos e presentes “errados”. Quem vai dar um presente tem que saber das características do presenteado e o presenteado não deve fazer cara de enfado quando não gostar do que ganhou. Pessoas educadas sabem bem disso. “Educadas”…
HORROR
Só pode mesmo ser uma “doença” uma pessoa fazer-se de boa, de generosa, quando na verdade é um traste existencial. Estou falando dos que vão doar roupas para o inverno nestas campanhas de doação. Pessoas que levam roupas sujas, rasgadas, sem botão, lixos mesmo. Mas os trastes posam de pessoas boas. Tinham que ouvir dos que recebem as doações os devidos xingamentos –“Vão doar esses lixos na casa do… capeta”!
FALTA DIZER
Muitas pessoas, por ignorância, rezam pedindo coisas. Não vai funcionar. Temos que rezar pedindo sabedoria e coragem. Com essas duas irmãs gêmeas no coração, vamos conquistar todos os nossos desejos. Sem pecar. Pedir sem molhar a testa com esforços e discernimento é constranger os santos…