Se tem algo que acompanha o brasileiro em praticamente todos os momentos do dia é o café. Do cafezinho rápido no balcão à xícara fumegante que abre a manhã, ele está presente na nossa cultura de forma quase afetiva. Mas nos últimos anos, um movimento tem ganhado força: o dos cafés especiais.
Diferente do café comum, os especiais são produzidos em pequenos lotes, com cuidado em cada etapa — do cultivo ao processo de torra. São grãos que carregam histórias, terroir e personalidade. Não à toa, cada vez mais cafeterias, padarias e até restaurantes estão oferecendo cardápios de cafés filtrados em métodos variados, como V60, prensa francesa, aeropress e até cold brew.
O que antes parecia tendência restrita às grandes capitais agora também se aproxima de nós. Em Corupá, por exemplo, alguns produtores estão retomando a tradição de plantar café, mas com um novo olhar: focando na qualidade. O clima e a geografia da região, conhecidos pela excelência no cultivo da banana, também oferecem condições para o café crescer com características únicas de aroma e sabor. É uma volta às origens, mas alinhada ao que há de mais atual na gastronomia mundial: a valorização do pequeno produtor e a produção sustentável.
Degustar um café especial é uma experiência sensorial. Notas de chocolate, caramelo, frutas vermelhas ou cítricas podem surgir naturalmente, sem aditivos, apenas resultado da variedade do grão e da torra precisa. É descobrir que café não é tudo igual — e que pode ser tão complexo e encantador quanto um bom vinho ou uma cerveja artesanal.
Na próxima vez que for pedir um café, experimente sair do tradicional expresso e se permitir novas experiências. Nossa região está começando a trilhar esse caminho, e apoiar quem produz é também valorizar sabores que contam histórias. Afinal, nada mais brasileiro — e ao mesmo tempo universal — do que brindar a vida com uma boa xícara de café.