As empresas familiares são criadas para perpetuar na família. São instrumentos geradores de riqueza e, quanto mais eficazes, mais perene serão e, por isso, é normal que elas sobrevivam aos seus próprios fundadores.
Em pesquisa realizada pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), através da publicação da Análise e Tendência – Empresas Familiares, o instituto registrou que 90% (noventa por cento) dos negócios encontram-se sob controle familiar, mas apenas uma parcela, de 3% (três por cento) a 4% (quatro por cento) desses negócios, sobrevivem à terceira geração.
Tal pesquisa é preocupante porque demonstra que se as empresas familiares não possuírem políticas bem alinhadas e uma estrutura organizada, as próximas gerações não saberão como conduzir os negócios da família.
Por isso, toda empresa, seja ela familiar ou não, deve possuir uma cultura de boas práticas, para que a família compreenda a separação existente entre propriedade, gestão e família.
Assim, um dos mecanismos utilizados neste processo de boas práticas, é o Protocolo Familiar, compreendido como um conjunto de ações adotadas, no sentido de reduzir os conflitos familiares e sistematizar as regras estabelecidas entre a família e empresa, evitando problemas futuros, contribuindo assim, para o desenvolvimento sustentável da empresa.
O Protocolo Familiar visa estabelecer um conjunto de valores, princípios gerais e direcionamentos que devem ser seguidos pelos membros da família, visando à longevidade e ao sucesso empresarial e familiar.
Ele deve abordar não só as regras de segregação do patrimônio, gestão e família, mas deve também trazer os princípios e valores dos fundadores e da família. Deve dispor acerca da hierarquia e governança do patrimônio empresarial dentro da própria família, tratar das questões relevantes quanto a preparação das novas gerações, além de prever as formas de gerenciamento e resolução dos conflitos familiares.
O Protocolo Familiar tem a finalidade de possibilitar que uma família permaneça unida na realização de um projeto empresarial comum ao longo de várias gerações, por isso, trata-se de um documento que deve ser revisado de tempos em tempos, para aperfeiçoamento e adequação deste documento as gerações futuras.
Portanto, o Protocolo Familiar traz uma contribuição importante para o desenvolvimento econômico sustentável das empresas familiares, possibilitando que o negócio familiar perpetue ao longo das novas gerações.
Por Francieli da Silva Vasconcelos – coordenadora da área de Planejamento Empresarial