O Porto de São Francisco do Sul se aproxima de um marco histórico em 2024, com quase 10 milhões de toneladas de cargas movimentadas, superando o recorde de 2023. Esse crescimento reflete a força do comércio exterior de Santa Catarina e a importância estratégica do porto para a economia estadual e nacional. Mais do que números expressivos, o aumento na movimentação de cargas representa o dinamismo de setores como a indústria, o comércio, a agricultura e serviços, que encontram nas exportações um caminho para a competitividade global. Esse volume evidencia a capacidade produtiva e a resiliência do estado em tempos de desafios econômicos. Contudo, também traz à tona uma questão central para o presente e o futuro: até que ponto a infraestrutura estadual está preparada para acompanhar o ritmo de crescimento? Não vemos essa resposta, até o momento, como positiva. Embora o Porto de São Francisco do Sul, como os demais portos, sejam uma peças-chave para o desenvolvimento catarinense, eles enfrentam o grande obstáculo da malha viária. As rodovias de Santa Catarina, essenciais para o escoamento da produção até os portos, são de baixa qualidade, não se coadunando com o dinamismo econômico do estado. A falta de manutenção, duplicações e modernizações necessárias encarece o transporte, impactando diretamente os custos logísticos das empresas e, consequentemente, a competitividade dos produtos catarinenses. Com rodovias em más condições, o custo do frete aumenta, os prazos se estendem e o risco de acidentes se eleva. Esse gargalo logístico prejudica o desempenho econômico e representa um entrave também ao desenvolvimento social. Boas estradas não são um luxo, mas uma necessidade para que Santa Catarina possa continuar crescendo de maneira sustentável e inclusiva. Falta um real e célere compromisso governamental com a infraestrutura logística.