O pior dos asilos – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

23/04/2024 - 07:04

Pergunta velha e repetitiva: quando começamos a envelhecer? Ora, quem é que não sabe que passamos a envelhecer desde o primeiro vagido? Desde que somos expulsos do paraíso, o ventre materno, o único paraíso que existe, desde aquele momento começamos a ficar velhos. Aqui entre nós, nas calçadas da vida, fica sem graça nem sentido falar de velhice com uma pessoa de 25 anos. Só que essa pessoa, se não for esperta, e dificilmente o será, ela vai deixar o tempo passar, vai envelhecendo sem notar e de repetente dá com o nariz na porta da velhice. E será que ela poderá recuar e fazer o que não fez? De jeito nenhum. Digo isso tendo acabado de ler uma reportagem, de jornal, é claro, sobre medicina geriátrica. Muitas questões, mas uma delas de uma obviedade que me irrita, me irrita pela desatenção das pessoas que se acham jovens e que vêem a velhice como um “causo sério” que a vida nos conta sem rir, como diz uma canção gaúcha. Esperar pela velhice para iniciar uma poupança, por exemplo, é refinada estultícia. Nessa reportagem que acabei de ler, o título era: – “Ter pessoas em quem possamos confiar”. Será também que pode haver alguém que não saiba disso? Bah, multidões. Fazer amigos, amigos confiáveis, nós temos que ser um desses amigos para os outros, é mais que poupança no banco, é vida. Pessoas em quem possamos confiar é um trabalho longo, vagaroso e que exige sentidos tão apurados quanto dos garimpeiros à procura de ouro. Claro que podemos perder amigos ao longo da vida, faz parte do jogo, perder para a finitude da vida… No mais, não se perde amigos, se os perdermos ou éramos falsos amigos ou eles o eram e nós acabamos por descobri-los. A parceria no casamento seria o encontro dos verdadeiros “amigos” na vida, ele e ela dando um dedo de confiança de um pelo outro… Onde isso? – me apresente essas pérolas, quero conhecê-las… Fora do casamento, é possível fazer e ter amigos. Trabalho vagaroso, constante e que exige abnegações e dedicações. E assim, sim é possível fazer e ter amigos para todos os momentos. Quem não tiver feito amizades desse tipo ao longo da vida, pobre pessoa, vai ter uma velhice no pior dos asilos, o asilo da sua própria solidão.

REGRAS

Um gerente de RH falando numa entrevista de rádio disse que os jovens de jovem batem o pé contra regras, disciplinas no trabalho. Esses vadios têm que ouvir que sem regras, sem disciplina, sem cobranças nenhuma empresa sobrevive e nenhum funcionário crescerá. Sem disciplina “militar” os exércitos não teriam atravessado os séculos. Mas os vadios querem moleza. No olho da rua há muito moleza… Fora!

ELAS

Desculpe-me a linguagem chula, mas há momentos em que ser educado é babaquice. Então, vamos lá. Quando os homens cospem fora do penico ninguém diz nada, já com as mulheres a conversa é outra. Ouça esta: – “STF analisa lei que limita direito de a mulher prevenir gravidez”. Fique claro, a mulher manda no corpo dela, faz o que bem entender. Era só o que faltava “estranhos” decidir sobre a liberdade e o corpo das mulheres. O Supremo delas são elas mesmas, ué!

FALTA DIZER

Virando a página do meu calendário, dei de cara com uma velha piada, a que diz – “Se tens um amigo chato, empresta-lhe dinheiro; ele não voltará”. Vou melhorar a piada, empreste para um familiar, vai dar no mesmo, ele sumirá. Que vão trabalhar.

 

Notícias no celular

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.