Foi o jornal The Washington Post que alertou em sua edição de ontem que o longo processo de impeachment, que se estendeu por nove meses, pode servir apenas para “alienar mais ainda eleitores desencantados com o sistema político”. A verdade é que o Brasil não muda hoje e nem amanhã. O sistema político não ficou menos ou mais corrupto com a saída do PT do Palácio do Planalto (basta ver livre de paixões todas as listas de envolvidos na Lava Jato). Infelizmente, a crise econômica também não acaba a partir de hoje. O clima sim fica mais favorável e a expectativa de dias melhores cresce. Mas isso não basta.
O país precisa de uma mudança no sistema político, que seja mais lógico, que aproxime mais o eleitor do seu representante e que, acima de tudo, deixe claro o que cada projeto propõe para o país, Estado e município. Essa salada de partidos existentes no Brasil confunde qualquer um. Ninguém tem projeto, quase ninguém sabe diferenciar o que significa uma gestão da sigla, A, B ou C. As pessoas votam apenas em pessoas sem se questionar o que está por trás daquele candidato, o que ele pensa, o que propõe, quem representa, qual a vida pregressa dele.
Mas a sociedade é que tem a maior responsabilidade na construção de uma mudança. Não dá para ficar repetindo que não gosta de política e esperando assim por dias melhores. O mundo gira ao redor da política. As decisões sobre investimento em educação, saúde, segurança, infraestrutura, impostos, desigualdade social, previdência, tudo depende da política. Tirar um pouco os olhos das redes sociais, das novelas e pegar um livro, um jornal, revistas, tentar entender o momento que o país enfrenta, analisar a história e definir qual é o ideal de país que cada um quer é a maneira mais eficaz para não errar o voto. As eleições municipais, com escolha do prefeito, vice e vereadores, é onde começa o exercício de cidadania democrática. Fazer uma escolha consciente no dia 2 de outubro é dever de casa de todos.
Ao governo Temer, agora como titular, os desafios são imensos. O PMDB já indicou que uma de suas prioridades será encaminhar ao Congresso as reformas necessárias para consertar os problemas estruturais das contas públicas e que emperram o crescimento. Porém, a reforma da Previdência, e a Trabalhista, por exemplo, são reformas com impacto negativo sobre benefícios, sobre a renda das famílias e dos trabalhadores brasileiros. A batalha não será simples, até porque o PMDB tem pretensões políticas futuras e está preocupado com a popularidade de tais medidas. O setor produtivo brasileiro não aguenta mais pagar a conta, mas os trabalhadores também já estão com a corda no pescoço. Enquanto o governo não demostrar que está disposto a cortar da própria carne, diminuindo consideravelmente o número de cargos políticos, rejeitando reajustes mirabolantes para o Judiciário, acabando com privilégios e criando mecanismos para prevenir duramente a corrupção, é difícil conseguir apoio popular para fazer o que é preciso.
Bancada catarinense
Paulo Bauer, Dalírio Beber e Dario Berger, os senadores de Santa Catarina comemoraram o resultado da votação do impeachment ontem. Os três votaram sim pelo afastamento da presidente Dilma Roussef e sim também pela perda dos direitos políticos dela, mas, nesse quesito, foram derrotados.
Se a moda pega
José Luiz Lopes, ex-prefeito de José Boiteux, e mais duas empresas tiveram os bens bloqueados pela prática de atos de improbidade administrativa. A liminar, que atende pedido do Ministério Público de Santa Catarina, indisponibiliza R$ 928.469,62 do ex-prefeito, R$ 995.524,23 da Terraplanagem Transportes Azza Ltda e R$ 67.054,71 da Construção Civil MG Ltda, por obras de pavimentação e calçadas mal feitas.
Silêncio quase absoluto
Por medo de represália ou por corporativismo, o fato é que maioria dos vereadores tem preferido o silêncio sobre o caso do presidente da Casa, José de Ávila (PSC). Uma das exceções é Eugênio Jurszek (PP), que disse à coluna o que pensa. “Vereador tem que dar exemplo para sociedade. Ele (Ávila) tem que pagar pelos erros que cometeu e enquanto isso não pode servir à população, tem que ser afastado”.
Mudança na Prefeitura
O prefeito de Corupá, Luiz Carlos Tamanini, sai de férias hoje por 30 dias. Como é coordenador regional do PMDB, Tamanini vai se dedicar no período às candidaturas da sigla no Vale do Itapocu, e assim, vai arregimentando aliados para sua possível candidatura à Assembleia Legislativa, em 2018. Como o vice, Loriano Rogério da Costa, também vai se deidicar a auxiliar o projeto eleitoral do PSDB, quem vai comandar o governo em setembro é o presidente da Câmara, Claudio Finta (PMDB).
CDL adere ao Recicla Jaraguá
A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) decidiu entrar de cabeça no programa Recicla Jaraguá. O objetivo, agora, segundo o presidente da entidade, Marcelo Nasato, é convencer todos os mercadistas e varejistas a trocar as embalagens comuns por outras na cor verde. Assim, a população poderá usar a sacolas distribuídas pelos mercados e lojas ao invés de requisitar e aguardar pelo saco verde disponibilizado pela Prefeitura para depositar o lixo reciclável. Desde que assumiu o governo, Dieter Janssen viu o índice de reciclagem do município aumentar de 4% para mais de 20%.