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O navio-palanque de Lula – Claudio Prisco Paraíso

Por: Claudio Prisco Paraíso

31/05/2025 - 06:05

Uma tragédia, uma verdadeira tragédia, a segunda passagem de Lula da Silva por Santa Catarina nesse terceiro mandato. Tragédia porque, mais uma vez, assim como ocorreu no ano passado, a deidade vermelha veio com promessas e mais promessas. Houve um anúncio de investimentos na casa dos R$ 800 milhões para Itajaí e Navegantes. Mas, de concreto, de objetivo, assinatura de ordem de serviço, liberação de recursos — absolutamente nada. Só conversa, discursos eleitoreiros. Lula transformou o evento administrativo num ato político. Na verdade, o ato virou um palanque eleitoral diante de um grande navio chinês — país que mantém uma das ditaduras mais brutais do mundo — com o atual inquilino do Planalto fazendo um discurso ultrapassado, caduco, popularesco, falando em benefícios sociais e tudo mais, numa clara tentativa de reverter, em Santa Catarina, um panorama político-eleitoral amplamente desfavorável. Senão, vejamos: Jair Bolsonaro, em 2018, no segundo turno, fez quase 76% dos votos.

Repeteco

Quatro anos depois, contra Lula — no lugar do poste Fernando Haddad — o resultado foi 70% a 30%. Uma sova. É bem verdade que Bolsonaro, muito provavelmente, não estará na urna eletrônica de 2026.

Perfil

Mas, mesmo assim, o Estado demonstra claramente que é essencialmente conservador. E a estratégia de Lula foi justamente tentar neutralizar, nem que parcialmente, essa desvantagem.
Isso ocorre no dia seguinte a uma pesquisa do Instituto Paraná, retratando a realidade eleitoral e fazendo avaliação administrativa do mandato de Lula da Silva, justamente no estado vizinho do Paraná, onde a rejeição do deus canhoto ultrapassa a casa dos 67%.

Ele, não

Vejam só: nas projeções de eleição de primeiro e segundo turno, ele perde para praticamente todo mundo. Ratinho Júnior, governador reeleito, jovem político, está em empate técnico com Lula.
No enfrentamento com Lula, Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, está nos calcanhares de Lula, que perde para Bolsonaro e Michelle de lavada.

Mofo

De modo que é absolutamente deprimente um “espetáculo” como o de ontem. Aqui nós criticamos duramente a ausência de Jorginho Mello. Mas já é de se avaliar até que ponto ele não agiu adequadamente. Ao fim e ao cabo, acabou acertando.

Pulou fora

Porque geraria constrangimento a presença do governador, aliado de Bolsonaro, num evento que não foi administrativo. Inclusive ele referiu-se indiretamente, sem citar nominalmente, Jorginho Mello, quando falou que “os que não vieram têm raiva.” De modo que, lamentavelmente, Lula da Silva passa a sensação de que não mudou.

Território vermelho

E o pouco que mudou, mudou para o pior. Essa que é a grande realidade. Das lideranças presentes, apenas a deputada Paulinha Silva (Podemos) e outros dois prefeitos. Cheirou a mofo o palanque.

Ressurgiram

Lá estavam dois petistas, que já ocuparam posições de proa em Santa Catarina, mas que foram aposentados pelas urnas. A ex-senadora Ideli Salvatti e o ex-deputado federal José Fritsch.

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