“O medo e a vida”

Por: Luiz Carlos Prates

15/03/2019 - 09:03 - Atualizada em: 29/08/2019 - 14:22

Uma das causas do suicídio é a infelicidade. E muito da infelicidade vem do medo. Medo de qualquer coisa, medo de tudo ou de nada, mas… Há uma intrigante verdade sobre a Terra, verdade que nos faz coçar a cabeça: não há suicídios entre mendigos.

É mundial essa verdade, fica a impressão de que a mendicidade foi uma escolha da pessoa e, sendo escolha, ela está feliz… Será? Será que alguém pode ser feliz na penúria máxima? O diacho é que sim, pode. Para a felicidade não precisamos de nada, senão de paz na cabeça, uma paz resultante da ausência dos medos neuróticos e inúteis, medos que mais das vezes vêm dos desejos de conquistas e posses, vêm de comparações e subestimações…

O medo não é de todo mau. Sem medo não viveríamos mais que algumas semanas, se tanto. O medo nos trava dos ímpetos estúpidos e danosos, o medo é nosso irmão de vida, mas… É também o veneno da vida.

Nascemos com medo, e não faço figura de retórica. Ao nascer somos expulsos do paraíso, o único paraíso que de fato existe: o ventre materno, onde tínhamos ao tempo e à hora alimento, segurança, conforto e vida… Ao sermos expulsos desse paraíso, precisaremos respirar por conta própria e… Esperar pelo alimento que até então não era preciso esperar. Essa espera angustia e nos traz “conscientemente” (ainda que inconsciente) o primeiro grande medo na vida.

O que nos sossega nesse primeiro medo é a chupeta do amor, o simbólico seio da mãe. Esse seio é a vida, lutamos para não nos separarmos dele, mas somos forçados a esquecê-lo. E disso resulta nossa permanente busca de prazer pela boca. É a eterna “fase oral”, o vínculo permanente e inesquecível com o seio da mãe. Daí resultam nossas compulsões à mesa, uma busca inconsciente do prazer da fase oral, do vínculo com a mãe. Todos os nossos medos resultam dessa fase.

Ocorre, todavia, que alimentamos medos vãos, frívolos, que só nos fazem sofrer e de nada nos protegem. São esses os medos de que precisamos consciência e, se tivermos força, deles nos livrarmos. Muito difícil, mas remotamente possível. Talvez só na condição de mendigos possamos ter essa felicidade, a da vida sem medos e… Sem suicídios, suicídios de todos os tipos. Quantos medos tolos você tem? Eu parei de contar…

Ridículas

Sinto muito, sei que muitas vão me mandar longe… Paciência. O que quero dizer é que no passado as mulheres grávidas usavam “batas” de gravidez, uma blusa maior que de certo modo disfarçava a gravidez. Hoje não, hoje gravidez virou “postagens” em rede sociais como se fosse algo raro e só de algumas. É do bicho humano, é natural, um pouco mais de recato não faz mal a ninguém. Certo?

Safadezas

Alguns “espertos” querem no serviço público transformar “penduricalhos”, ganhos indevidos, em salário permanente. Negativo. O operário “trouxa”, que paga esses penduricalhos todos, não sai da miséria. Que o povo reaja, só o que o povo permitir é que pode virar “lei”. Certo? Acho muito bom. Sem “auxílios” de nenhum tipo… Salário puro.

Falta dizer

Hino Nacional nas escolas? Sim. Hasteamento da bandeira? Sim. E mais, a volta de um sistema antigo de os professores lerem em voz alta em sala de aula as notas dos alunos. Que os bons sejam “gritados” e os vagabundos criem vergonha. De outro modo, vai continuar a bandalheira de “são todos iguais”. Não são. Sem meritocracia na sociedade, o Brasil vai continuar como é: brasil.