Os ventos parecem que a cada dia conspiram mais favoravelmente ao governador Jorginho Mello e seu projeto de reeleição no ano que vem. Obviamente que o quadro favorável guarda relação direta com o faro político invejável e a capacidade de articulação do chefe do Executivo estadual.
Foi assim em 2018 quanto ao próprio colega de chapa, Paulo Bauer, e em relação a Raimundo Colombo, que disputava o Senado na composição adversária.
A conversa do então deputado federal Jorginho Mello com Lucas Esmeraldino, para não lançar o segundo senador pelo PSL, foi fundamental para sua vitória naquele pleito.
De lá pra cá, tudo parece dar certo, conspirando a favor do governador.
Do jeito que as coisas vão, já há projeções de que ele pode ultrapassar os 60% dos votos na reeleição já no primeiro turno.
Mesmo porque se João Rodrigues não disputar – o que é uma possibilidade real – o pleito ficaria polarizado já na largada.
O governador, de direita, contra a esquerda, que dificilmente chegará novamente a 30% dos votos, como ocorreu com Décio Lima em 2022.
Pódio
Outro aspecto: se João Rodrigues entrar mesmo no páreo, não seria de se duvidar que ele fique em terceiro, com menos votos inclusive do que a própria esquerda.
Terceiro tempo
A canhotada, liderada pelo PT, pelo visto, deve ter Décio Lima novamente candidato. Ele só foi ao segundo turno há três anos porque havia cinco candidaturas de centro e de direita, pulverizando os votos no round inicial da disputa. Seria a terceira candidatura consecutiva do petista ao governo.
Memória
Na época em que não havia segundo turno, quem chegava em segundo se credenciava para a próxima eleição. Foi assim, por exemplo, com Vilson Kleinübing em 1986. Quatro anos depois, ele se tornou governador. Mas no pleito em que perdeu para Pedro Ivo Campos, Kleinübing fez grande votação, conquistando 551 mil votos.
Incógnita
Ante essa realidade, será que João Rodrigues, correndo o risco de ficar em terceiro, vai mesmo para a disputa ao governo? E ficar sem mandato por quatro anos? Por isso, o blog não descarta a possibilidade de ele concorrer a deputado federal. Aí sim, o pessedista tem chance de ser um dos mais votados.
Timing
E o PSD, o que vai fazer? Caso continue como “alternativa”, quando chegar na undécima hora e se quiser compor, a chapa do governador já vai estar fechada e não haverá espaço para os pessedistas. A composição provável é o MDB de vice, com Carol De Toni e Esperidião Amin ao Senado.
Federação
Jorginho jamais vai tirar uma vaga do seu PL para a eleição ao Senado. Para incluir o PSD, teria que descartar Esperidião Amin, mas ocorre que o PP e o União Brasil estão federados e fortes. O governador se arriscaria a perder estes dois partidos? Porque se isso acontecer, a federação PP-UB, em Santa Catarina, poderia cair nos braços de João Rodrigues, colocando o oestino no jogo.
Trio
Sem falar que Rodrigues contava com partidos como o próprio União Brasil, o Novo, o Podemos e o PSDB em seu projeto. Os três primeiros já estão com Jorginho Mello. E os tucanos, para serem atraídos, basta uma boa conversa entre o governador e o presidente estadual, deputado Marcos Vieira. Lembrando que Podemos e PSDB avançam também para se tornarem uma federação. Numa ponta, o quadro é absolutamente favorável ao governador. Na outra, o isolamento na direção de João Rodrigues. A conferir os desdobramentos.