Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
Nesta semana, novos dados da economia brasileira me chamaram atenção. O cenário econômico ruim, amplamente comentado por diversos analistas – inclusive por mim na Alesc e nas redes sociais – está se concretizando devido à inflação, desaceleração econômica e aumento da taxa de juros.
Diante dessa pressão, o Governo Federal planeja lançar um pacote de corte de gastos. Não consigo entender por que isso está sendo feito somente agora, quando já era previsível a necessidade de uma política fiscal mais rigorosa.
O aumento da dívida pública de forma indefinida é fonte de problemas graves, como inflação, recessão e empobrecimento da população. A essa altura do campeonato, o alto escalão do governo federal não poderia ter dúvidas do que fazer.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que a dívida bruta brasileira deve aumentar mais de 10 pontos percentuais ao longo do terceiro mandato de Lula. Ou seja, até 2026, a dívida que teremos que pagar com nossos impostos será de cerca de 11 trilhões de reais, representando quase 100% do PIB, um índice inaceitável para um país emergente. Para piorar, o Brasil é o país que mais paga juros sobre a dívida pública no mundo, o que está diretamente relacionado ao risco de políticas fiscais expansionistas.
Esses números também colocaram o Brasil como a nação com o sétimo maior impulso fiscal do planeta. Esse indicador reflete o uso dos gastos públicos para controlar a atividade econômica, seja para resfriá-la ou aquecê-la.
Como empresário, tenho uma visão prática sobre gestão. Em grande parte, trata-se de matemática: controlar cada processo, cada investimento e cada despesa, planejando a longo prazo. Sem isso, não há milagre que resolva os problemas econômicos.
Recentemente, uma fala de Lula na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, evidenciou a cegueira da esquerda em relação a questões cruciais. Lula afirmou que a fome é um problema gerado por decisões políticas.
Aqui surge um questionamento: se o PT realmente quer acabar com a fome no Brasil, por que insiste meramente em programas assistencialistas? Acredito que devemos sim ajudar quem precisa, mas com mais critério e eficiência. Vemos, por exemplo, recursos do Bolsa Família sendo mal direcionados, como no caso de apostas online, fora todos os desvios em torno dos recursos. A verdadeira solução para a fome está na educação, na perspectiva de um futuro melhor e na oportunidade de uma carreira digna, não em paliativos.
Na outra ponta, recebemos boas notícias de Santa Catarina. Pela primeira vez, o estado obteve nota máxima na avaliação do Tesouro Nacional, um A+ — algo como um “dez com louvor”. Essa avaliação mede a capacidade de estados e municípios de honrar seus compromissos financeiros ao contrair empréstimos, especialmente aqueles garantidos pela União.
Esse é o caminho que acredito: seriedade na gestão, responsabilidade fiscal e respeito pelas pessoas.