Nunca sossegou o facho – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

04/05/2024 - 07:05

Vou começar esta nossa conversa com uma frase magnífica de Machado de Assis. Claro, todos o conhecem nos detalhes, Machado de Assis. Machado disse que a verdade é um remédio muito amargo, mas é o único remédio que nos confere saúde moral. Sem retoques. Valendo-me da frase do Machado, digo que há dois tipos de ricos. Os ricos herdeiros, os que nada fizeram para enriquecer, mas que simplesmente deitaram na cama pronta, cama deixada pelos pais. De outra parte, há o herdeiro que não é só herdeiro, é construtor também do dinheiro de que vive; herdeiro que arregaçou as mangas nos negócios e mandou ver. Esse tipo de herdeiro merece admiração, os outros, bah, os outros são pobres coitados. E eles sabem disso. Toda esta conversa, leitora, leitor, para falar de duas frases de um dos caras mais ricos do mundo, leio tudo o que posso sobre ele, faz tempo: Bill Gates, o americano que junto com um amigo, criou (ele criou) a Microsoft. Mais não é preciso dizer. Já falei disso aqui, Gates conta que nas suas férias escolares, como adolescente, o pai lhe obrigava a ler 10 livros. Isso nas férias. Gates relata em sua biografia que nunca obedeceu ao pai, ele lia 20 livros. Claro que não foi só por isso que Bill Gates foi o gênio criador da Microsoft. Mas uma cabeça vazia não ia criar nada que prestasse, não nessa área. Ontem, em mais uma entrevista, Gates disse que “Quando eu tinha a idade de vocês (falando a jovens numa escola), eu não acreditava em férias. Eu nem acreditava em final de semana”! Vale dizer, Bill Gates não parava quieto, não sossegava o facho, sempre lendo, pensando, criando… Deu no que deu. Por outro lado, conheço multidões de pés-rapados (e gente metida…) que suspiram por férias e fins de semana, tudo para folgar, não trabalhar. São costumeiramente os mais incendiados “politicamente”, votam ao cabresto de ordinários deste ou daquele lado, o que mais há no Brasil. Os incendiados de um propósito, de um sonho, deitam tarde e levantam cedo, estudando, trabalhando, transformado limões em limonadas. Mas há, sei bem, multidões de idiotas que dizem que os honestamente bem-sucedidos têm ou tiveram sorte. Desculpa típica dos atolados e “cansados” do trabalho…

HORROR

A coisa está piorando. Já tinha notado e voltei a notar ontem que estão cada vez mais altas as barreiras de proteção ao lado das escadas rolantes num certo shopping de Florianópolis. Um segurança me contou o que eu já sabia: – “Prates, a coisa vai de mal a pior, cada vez mais pessoas vêm tentar a possibilidade de se jogar aqui de cima…”! Pessoas que querem morrer, suicídio. E não são pobretões, são pessoas bem-vestidas… Maioria que vive a solidão-familiar… Coitadas!

MANCHETE

Manchete do UOL – “Pais que perderam filhos por suicídio e overdose processam redes sociais”. Pessoas, nas redes sociais, contam dessas mortes, e aí são processadas. Mas espere, os filhos eram viciados e morreram de overdose ou de suicídio? E os paisinhos e mãezinhas não sabiam de nada? Não sentiram nenhum comportamento estranho? Professores me contam horrores de jovens órfãos de pais vivos. Pais “ocupados”…!

FALTA DIZER

Foi no Reino Unido. Avó muito rica deixa de herança o equivalente a R$ 268,00 para cada uma de suas três netas. As netas protestaram na Justiça. Por que a avó lhes deixou tão pouco? Porque nas três vezes em que a avó foi internada em hospitais as netas nunca apareceram. Netas canalhas e dinheiristas. Tomem.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.