Nesta semana, quando recebi esta notícia, quis pensar que fosse mentira, uma fake news, como tantas que circulam. Mas, infelizmente, não era. Pelo quinto ano consecutivo, o Brasil aparece entre as dez piores posições no ranking que mede o nível de competitividade das nações, produzido pelo Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça.
No 62º lugar, o país fica bem distante dos países desenvolvidos e está próximo aos últimos da lista, que são Venezuela (67º), Argentina (66º) e Gana (65º).
Entre os fatores que levaram o Brasil à vergonhosa posição, está a “ineficiência governamental”, onde aparecemos com o pior indicador, puxado pelos resultados ruins em custo de capital e igualdade de oportunidades. Em “eficiência empresarial”, a dívida corporativa, a produtividade e a qualidade da mão de obra pesam na análise nada positiva.
No indicador de “performance econômica” é que o país tem o melhor desempenho, em 38º lugar, alavancado pelo crescimento na oferta de empregos e no PIB real per capita. Em “infraestrutura”, o Brasil aparece na 58ª posição, com gargalos em conhecimento e tecnologia.
Os índices são um retrato de um país que não valoriza a educação, a tecnologia e a inovação. Um país que ainda vive de commodities e da indústria tradicional – que é essencial e cumpre seu papel, mas precisamos diversificar, a exemplo dos Emirados Árabes. Sem falar na máquina pública pesadíssima que temos, cheia de amarras e insegurança para investidores.
Falta um plano estratégico, que foque em crescimento com qualidade, para sairmos deste amargo 62º lugar. Falta uma visão clara sobre o que é gestão de resultado, planejamento para o futuro. Falta infraestrutura adequada. Falta credibilidade a muitos políticos.
Também precisamos de investimento pesado em educação, uma educação que prepare os jovens para o mercado de trabalho e entregue uma melhor mão de obra para as empresas, casada com os interesses dos mais variados setores. Não há como um país crescer sem educação e sem uma força de trabalho preparada.
Outra notícia ruim vinda da economia é que o real está entre as cinco moedas que mais perderam valor frente ao dólar neste ano. Os dados foram divulgados pela agência classificadora de risco Austin Rating, com base em números do Banco Central do Brasil (BC).
A moeda brasileira ultrapassou a da Argentina e a do Japão em poucos dias e saltou da 7ª para a 5ª colocação entre as que mais se desvalorizaram em um ranking de 118 países. A queda acumulada do real no ano chegou a 11,4% nesta semana.
Entre os motivos para a disparada do dólar, estão a expectativa sobre a taxa básica de juros dos Estados Unidos, os resultados da balança comercial brasileira e as preocupações em relação ao quadro fiscal do país. Somente os países que enfrentam um grave conflito civil estão piores que o Brasil, como Nigéria, Egito, Sudão do Sul e Gana.
O quadro fiscal brasileiro é um dos fatores que tem ajudado a desvalorizar o real nos últimos meses. As metas de superavit e até mesmo de déficit zero estão desacreditadas porque o governo gasta muito e o presidente Lula, quando fala, aumenta ainda mais as incertezas. Uma demonstração da sua irresponsabilidade.