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Nossos inimigos – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

27/02/2024 - 07:02

Uma pergunta de amigo para começar nossa conversa. Vamos ver se você sabe a resposta: – “Quem é que mais nos engana e tapeia todos os dias”? Acertaste em cheio! Quem mais nos engana e tapeia somos nós mesmos. E como fazemos isso? Pensando. Pensamos que estamos certos no que pensamos, todavia, mais das vezes, uma baita tapeação. Fazemos isso por um automatismo que nos orienta desde há muito. Valores que nos ensinaram na infância, interpretações erradas que fizemos e fazemos sobre o nosso comportamento, e por aí. Já contei aqui de uma especial “casca de banana” que coloquei na minha vida profissional crendo que estava fazendo a coisa certa, quando na verdade estava querendo provar a mim mesmo que eu não errara no passado. E de fato não tinha errado, erraram comigo, mas assumi como culpa minha a demissão que me produziu rugas. Já contei dessa história. Em resumo, fui demitido de uma grande emissora, uma besteira deles em relação a mim, mas quem perdeu fui eu. Não aceitei. Fiquei quase sete anos buscando voltar para de onde fora demitido. Muitos anos depois, quando eu estava numa posição invejada na emissora corrente, me chamaram para integrar a equipe que ia à Copa do Mundo. Não pensei duas vezes, pedi demissão da formidável equipe em que me encontrava para acertar as contas com o meu destino passado. Todos os meus amigos me disseram isso, mas… A estupidez dos meus errados valores, a minha vaidade burra, me levaram a sair de uma boa e voltar ao que não mais prestava. Só descobri isso quando, logo depois da tal Copa, me caiu a ficha: – “Meu Deus, o que estou fazendo aqui, isso aqui é passado, eu estava no futuro…”. Sem piscar, pedi demissão e liguei para meu ninho anterior, onde estivera numa boa, pedi para voltar. Voltei. Mas nesse meio tempo perdi muito. Quem me fez errar desse jeito? Meus errados valores e meus pensamentos repetitivos sobre a minha vida. Esse foi um dos meus erros. Esses erros, de um modo ou de outro, todos cometemos, cometemos nos casamentos, no trabalho, na autoestima, na beleza, na nossa vida emocional, em tudo. Pensamos, repensamos e erramos. Passado um tempinho, fazemos de novo. Há saída? Outra hora, falaremos disso.

ELAS

Volto ao grito do Ipiranga delas. Que as mulheres reajam aos homens rasteiros (maioria) que as surram, matam, que as impedem de implantar DIUs em hospitais ditos religiosos, safadezas de homens vagabundos. Até quando? Vão esperar pelos legisladores? Vão esperar pelos aplicadores das leis? Nada disso, botar o bloco na rua e sair às ruas decididas, ou eles mudam ou vão ver o que é bom… Mulheres são maioria e têm cabeças mais inteligentes. Reagir. Os minguados que se recolham. Presos.

MEMÓRIA

Nada nos vem de graça na vida. Memória, por exemplo. Nada está na memória sem que antes tenha passado pelos sentidos. As coisas vão acontecendo e nós as vamos guardando na memória, maior parte lixos… Vem daí a importância de ler, ler de

modo variado e constante. A memória fica uma fortaleza. Os pais têm que dizer isso para os seus filhinhos tiktoks…

FALTA DIZER

Não vou dar o nome do autor, ele escreveu num pequeno livro de sabedoria que – “Se você enveredou na senda da política, saiba que não foi por acaso. Deus colocou em suas mãos o destino de sua pátria…”. Penso que o escritor bebeu. Ora, imagine os caras largando a vida deles, lá fora, para cuidar da pátria. Escritor ingênuo…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.